As consolações dos Salmos de Davi (Salmo 20)


Este salmo é considerado um "Hino Nacional", e parece ter sido escrito por quando Davi saísse de sua cidade empenhado numa luta ou nalguma guerra nacional. 

Se Davi não estivesse sempre envolvido nestas guerras e lutas, talvez nunca teríamos salmos desta ordem, salmos que parecem que atravessam "o dia" triste e tenebroso "da tribulação". 

O salmo naturalmente se divide em quatro partes:

  1. Os primeiros quatro versos constituem uma súplica para que o rei seja vitorioso na sua empreitada; 
  2. Os versos 5, 6 e 7 expressam confiança absoluta no auxílio de Deus e do seu Ungido; 
  3. O verso 8 anuncia a queda e a derrota final do inimigo; 
  4. O último verso é o apelo final dirigido a Deus em favor do rei. 
Não é necessário declarar que este salmo é profético falando de Jesus em cada verso, em cada palavra, e pode ser considerado, a luz da igreja antiga, um clamor pelo Messias que havia de vir para lutar e sofrer e sair vitorioso. 
O nosso intuito, porém, é descobrir as consolações que abundam neste salmo, consolações que nós também podemos aproveitar para "o nosso dia de trubulação". 

O dia da tribulação.
Tal dia, mais cedo ou mais tarde, aparecem a todos. Nações tem o seu "dia de tribulação"; famílias e pessoas tem que passar pela prova do fogo, da dor, dos sofrimentos, para patentearem ao mundo inteiro de que fibra moral são feitos. 

Jó teve o seu dia de humilhações, de tribulações, saindo porém mais do vitorioso, glorificando ao Senhor Todo-Poderoso em todas as suas tribulações. 

Davi teve o seu dia de humilhações, de sofrimentos, de desprezo e de vitupério, porém de todas elas saiu mais purificado e mais consagrado ao Senhor dos Exércitos. 

Ninguém padeceu tanto, ninguém se viu tão aflito, tão humilhado, tão injustamente desprezado como nosso Mestre, Jesus; entretanto, de todas as tribulações saiu vitorioso, e hoje está assentado à destra de Deus, exaltado rei dos reis e Senhor dos senhores. 
Tu amigo leitor, de certo já sabes por experiência própria o que significa "o dia da tribulação"; o querido Brasil parece atravessar o tempo "da tribulação". Oxalá que esses tempos de lutas e sofrimentos tenham sobre nós e o povo brasileiro o mesmo efeito que tiveram sobre Jó, Davi e o bendito Jesus, encaminhado-nos para mais perto de Deus. E no dia da tribulação que aprendamos a cantar o belo hino: 
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti
Ainda que seja a dor que me una a Ti
Sempre hei de suplicar 
Mais perto quero estar, meu Deus de Ti.

 A proximidade de Deus para cuidar de nós

Este é outro fato que se destaca neste salmo. Jeová nos tem respondido "no dia da tribulação", nos tem posto em segurança, do santuário nos tem vindo auxílio e nós temos sido fortalecidos de Sião. Em outras palavras, podemos dizer: que nos momentos de angústia, de perigos e de luta, o crente tem suplicado ao Senhor e foi atendido. E quando abatido e aflito procurou a casa do Senhor e ali achou auxílio, e quando quase desanimado e prestes a desfalecer, o povo do Senhor, a congregação dos justos, a Sião de Deus, tem sido fortalecido. Que o digam os fieis do Senhor de todos os tempos e de todos os climas. A experiência geral é real: 
Deus é o nosso auxílio
E grande amparador 
Refúgio nas tristezas
Potente salvador
Sairemos vencedores se realizarmos a batalha que é do Senhor

"Em nome do nosso Deus arvoremos o nosso estandarte", ou como pode ser traduzido melhor, "plantaremos o nosso estandarte" sobre as fortalezas e refúgios de nossos inimigos, porque o capitão da nossa salvação é Jeová - Jesus. 
O capitão da salvação 
É Cristo o Salvador;
O Rei dos reis, o redentor
Jesus nosso Senhor;
Ele tudo vencerá, vitória nos dará; 
À glória salvo nos conduzirá

Mas, para termos Jesus como Guia e Chefe é preciso lealdade absoluta para com Ele. Lealdade a Cristo deve ser nossa divisa, como é da União da Mocidade Batista do Brasil. Lealdade em tudo e por tudo quanto se refere a Cristo. Só assim teremos a vitória prometida: só assim poderemos arvorar os nossos estandartes sobre as fortalezas dos nossos inimigos.
Um perdão real vos entregou o Rei
A vós, soldados Seus;
Corajosos, pois, em tudo o defendei,
Marchando para os céus.

Com valor! Sem temor!
Por Cristo prontos a sofrer!
Bem alto erguei o Seu pendão,
Firmes sempre, até morrer! 
 

As forças no inferno não prevalecem contra os que confiam no Senhor.

Esta ideia está presente nos versos 7 e 8. Os crentes geralmente falhando são pobres e, na linguagem dos mundanos, ignorantes ou como diriam os fariseus dos tempos apostólicos: "sem letra". De fato, nós não dispomos de "carros" nem de "cavalos". O nosso único grito é o "nome de Jeová, nosso Deus".

Mas este nome vale tudo! Este nome representa para nós todo o poder no céu e na terra! E, apesar de não termos outra coisa senão o nome de Jesus, e eles disporem de carros e cavalos, de riquezas e bens, de grandezas e vaidades: "Eles", diz o salmista e nós não podemos senão concordar com ele: "Eles curvam-se, e caem; mas nós nos erguemos e ficamos de pé".
Quão doce soa ao coração
Do pobre pecador
O Nome que lhe traz perdão:
Jesus, o Salvador!

Bendito nome de Jesus,
Em Ti confiarei!
Tu que morreste sobre a cruz,
Em Ti descansarei.
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 Fonte: OJB de 10 de Janeiro de 1907

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