Samuel Waldron em seu livro: Uma Moderna Exposição da Confissão de Fé Batista de 1689, dá vários argumentos contra pedobatismo (batismo infantil) que eu estou compartilhando pouco a pouco. Este é o segundo argumento que eu compartilhar: O argumento pedobatista logicamente pressupõe não só a unidade, mas também a identidade do batismo na Nova Aliança e circuncisão na Antiga Aliança.
Nós admitimos que há um certo
paralelismo ou relação entre circuncisão e batismo. Os
pedobatistas vão mais longe. Equiparam ou identificam ambos. Por
exemplo, A A Hodge observa: "A Igreja do Antigo Testamento é
o mesmo que a Igreja Cristã do Novo Testamento... como
a Circuncisão significava e
estava vinculada a exatamente o mesmo que o batismo;
e posto que o Baptismo tem ocupado
exatamente o seu lugar: se deduz que a
qualidade de membros da igreja dos filhos dos crentes deve
agora ser reconhecido como era antes e que estes
devem ser batizados"(1). Berkhof fala do batismo como
que “substitui” a circuncisão(2). É correto colocar o mesmo
sinal entre a Antiga Aliança e a Nova Aliança, entre circuncisão e
batismo?
Existem algumas diferenças óbvias
entre a circuncisão e o batismo. Deixando de lado o fato de que o
rito externo é claramente diferente; os sujeitos das ordenanças são
diferentes. Somente homens foram circuncidados. No entanto, tanto os
homens como as mulheres são batizados.
A passagem clássica sobre a
relação do Antigo Pacto com o Novo Pacto não enfatiza a sua
identidade, ou mesmo semelhança, mas a sua diferença (Jr.
31.31-34). Se o Novo Pacto não é idêntico ao Antiga Pacto, como se
pode dizer que o batismo é idêntica à circuncisão? Além disso, a
adoção do Antigo Pacto não equivale a adoção do Novo Pacto (Rm
9.1-5; 8.14-17). A mesma palavra grega é usada tanto em Romanos 9.4
e 8.16.
A diferença especÃfica entre o
Antigo Pacto e o Novo Pacto é a proibição da participação das
crianças no pacto. Esta diferença especÃfica é que o povo de Deus
no Novo Pacto não quebrará o pacto como fez Israel e também que
todo o povo de Deus do Novo Pacto conhecerá o Senhor (Jr 31:34).
Sim, a circuncisão foi um sinal para os membros do pacto, como
também é o batismo. Também admitimos que o batismo deve ser
administrado a todos aqueles que são membros do Novo Pacto, a todos
os verdadeiros circuncidados do Novo Testamento. Mas quem são estes?
Aqueles, e somente aqueles, que conhecem ao Senhor (Jr 31:34), estão
espiritualmente circuncidados (Fp 3.3), e são nascidos de Deus (Jo
1.12,13), podem reivindicar ser membros no Novo Pacto e o direito a
seu sinal. O povo do pacto já não é uma nação fÃsica, mas
espiritual (Mt 21.43). Portanto, as linhagens fÃsicas não
proporcionam o ser membros nesta nação ou permitem a participação
em seus sinais do pacto!
Batismo, portanto, professa o que
exigiu a circuncisão. A circuncisão certamente exigiu um novo
coração, mas não professa um novo coração. Batismo professa um
novo coração. Embora exista uma estreita relação entre o batismo
e a circuncisão, eles não são idênticos. O argumento pedobatista
que iguala as duas ordenações não é, portanto, válido.
Os Pedobatistas objetam: "Vocês
nos condenam por ter como membros
da igreja não salvos. No entanto, vocês
tem membros não salvos. Assim, não são diferentes de nós,
exceto que são inconsequentes e hipócritas”.
Nós admitimos que
existem membros não salvos nas melhores igrejas. Isso, no entanto,
não significa que sejamos inconsequentes e praticamente não diferes
dos pedobatistas.
Essa objeção pedobatista se
baseia em confundir dois coisas diferentes: a realidade prática (de
fato) e a base legal (jurÃdica). Suponha que um chefe russo da KGB
finja que não haja realmente diferença entre Rússia e Grã-Bretanha
ou América, porque ambos tem entre eles pessoas inocentes. Como você
responderia? Dirias que na Rússia as pessoas inocentes estão na
prisão por causa de suas leis, enquanto que na Grã-Bretanha ou na
América estão lá, apesar das nossas leis. Há uma diferença legal
(jurÃdica) enorme entre a Rússia e a América. Da mesma forma, os
pedobatistas consentem por lei membros não convertidos na igreja.
Batistas não. Em última análise, se faz uma enorme diferença
prática (de fato) entre os dois sistemas.
referências:
(1) Hodge, Comentário sobre a
Westminster Confissão de Fé (CLIE 1987), p. 321-322.
(2) Berkhof Teologia Sistemática
(Tell, 1974) p. 757.
Fonte: Siedentos de Su Palabra
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