Ontem, dia 20 de novembro, se comemorou no Brasil o dia da Consciência Negra. Neste ano, a data que relembra e homenageia Zumbi, o grande líder do Quilombo do Palmares, segundo muitos um símbolo de luta e resistência do povo negro no Brasil que fora executado pelas tropas coloniais em 1695, foi tomada por situações polêmicas, contraditórias e politicamente corretas.
O ponto inicial dos debates que foram travados em volta da questão do racismo, este ano, fora iniciado com o vazamento nas redes sociais de um vídeo polêmico onde o William Waack, âncora do Jornal da Noite da Rede Globo, incomodado com o barulho das buzinas de carros que circulavam próximo ao estúdio da TV onde realizava uma gravação, disse: "É coisa de preto"; o que lhe custou o seu cargo e uma série de críticas nos mais variados meios de comunicação do país.
Na direção contrária dos críticos de plantão que usam e abusam do tema do racismo para defender a necessidade de manutenção do diálogo sobre a questão, bem como do recurso que alimentam as políticas públicas de direitos humanos para os negros, a também reporte global, Glória Maria, postou em sua conta do Instagram a frase creditada ao ator americano Morgan Freeman: “O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela, ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece”, o que parece indicar, que para Glória Maria, o dia da Consciência Negra, na realidade, não passa de um fomentador de preconceitos, vitimização e divisão.
A declaração de Glória Maria, de fato, parece encontrar materialidade na atitude de outra importante figura global, a atriz Taís Araújo, que declarou que, seu filho, por ser preto, nasceu condenado a sofrer preconceitos na sociedade. A razão para isso, diz Taís, é que "No Brasil, a cor do [seu] filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e que blindem seus carros".
Esse pequeno quadro conflituoso exposto em volta das questões raciais, revela, entre outras coisas, um modelo pelo qual podemos tentar entender o que é o Brasil. A ideia é que em Willian Waakk, Glória Maria e Taís Araújo temos uma representação, numa espécie de microcosmo, dos mais de 200 milhões de brasileiros. Os inúmeros Josés, Sebatisãos, Franscicos, Pereiras, Nogueiras, Marias, Martas, Terezas, Josefas que perambulam pelas ruas de nossas cidades e que fazem de nosso país uma nação de grupos. Os negros, brancos, os índios, os gays, os nordestinos, os intelectuais, os sulistas, os analfabetos, os ricos e pobres que juntos não formam em unidade, lamentavelmente, uma verdadeira nação.
O Dia da Consciência, nesse sentido, parece lamentavelmente nos levar na direção contrária. Na estrada de uma crescente não conscientização de que o que precisamos não é construir um mundo de guetos e grupos, mas uma cidade e nação para gente de toda cor, sotaque e região do Brasil, a semelhança da cidade vista pelo apóstolo João em sua visão apocalíptica; uma lugar, portanto, como sonhou o salmista, onde os irmãos viveriam em união.
O ponto inicial dos debates que foram travados em volta da questão do racismo, este ano, fora iniciado com o vazamento nas redes sociais de um vídeo polêmico onde o William Waack, âncora do Jornal da Noite da Rede Globo, incomodado com o barulho das buzinas de carros que circulavam próximo ao estúdio da TV onde realizava uma gravação, disse: "É coisa de preto"; o que lhe custou o seu cargo e uma série de críticas nos mais variados meios de comunicação do país.
Na direção contrária dos críticos de plantão que usam e abusam do tema do racismo para defender a necessidade de manutenção do diálogo sobre a questão, bem como do recurso que alimentam as políticas públicas de direitos humanos para os negros, a também reporte global, Glória Maria, postou em sua conta do Instagram a frase creditada ao ator americano Morgan Freeman: “O dia em que pararmos de nos preocupar com Consciência Negra, Amarela, ou Branca e nos preocuparmos com Consciência Humana, o racismo desaparece”, o que parece indicar, que para Glória Maria, o dia da Consciência Negra, na realidade, não passa de um fomentador de preconceitos, vitimização e divisão.
A declaração de Glória Maria, de fato, parece encontrar materialidade na atitude de outra importante figura global, a atriz Taís Araújo, que declarou que, seu filho, por ser preto, nasceu condenado a sofrer preconceitos na sociedade. A razão para isso, diz Taís, é que "No Brasil, a cor do [seu] filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e que blindem seus carros".
Esse pequeno quadro conflituoso exposto em volta das questões raciais, revela, entre outras coisas, um modelo pelo qual podemos tentar entender o que é o Brasil. A ideia é que em Willian Waakk, Glória Maria e Taís Araújo temos uma representação, numa espécie de microcosmo, dos mais de 200 milhões de brasileiros. Os inúmeros Josés, Sebatisãos, Franscicos, Pereiras, Nogueiras, Marias, Martas, Terezas, Josefas que perambulam pelas ruas de nossas cidades e que fazem de nosso país uma nação de grupos. Os negros, brancos, os índios, os gays, os nordestinos, os intelectuais, os sulistas, os analfabetos, os ricos e pobres que juntos não formam em unidade, lamentavelmente, uma verdadeira nação.
O Dia da Consciência, nesse sentido, parece lamentavelmente nos levar na direção contrária. Na estrada de uma crescente não conscientização de que o que precisamos não é construir um mundo de guetos e grupos, mas uma cidade e nação para gente de toda cor, sotaque e região do Brasil, a semelhança da cidade vista pelo apóstolo João em sua visão apocalíptica; uma lugar, portanto, como sonhou o salmista, onde os irmãos viveriam em união.
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