O maior problema da teologia e a sistematização teológica

Hebert Leonardo Borges de Souza[1]
Resumo:  
O presente artigo tem por finalidade observar, ainda que de maneira panorâmica, que a sistematização teológica tem sido determinada pela maneira como se enxerga as Escrituras ou mais precisamente como se entende a relação entre o Antigo e o Novo Testamento. Exemplificaremos isto tomando como referência elementos dos modelos teológicos aliancistas e dispensacionalistas, o que aponta para a realidade de que a construção teológica não é algo neutro ou imparcial, mas sustentada por pressupostos que estruturam todo o seu edifício.     

Palavras-Chave: Sistematização teológica, Relação entre os Testamentos, Teologia da Aliança, Dispensacionalismo. 

Introdução. 
Os teólogos cristãos têm reconhecido que uma reflexão teológica só é possível porque Deus existe e proveu aos homens uma revelação de Si mesmo[2] e que esta revelação se encontra preservada nas Sagradas Escrituras. A despeito desse entendimento, um dos maiores problemas para a reflexão teológica é que nem todos os cristãos veem e interpretam a revelação divina de maneira igualmente harmônica.
A divisão entre cristãos católicos, ortodoxos orientais e protestantes é o macro exemplo dessas dificuldades de compreender a revelação divina que tem se manifestado entre o povo de Deus ao longo de sua história.  
Walter Kaiser, um renomado teólogo bíblico, avançando no entendimento dessa questão, por sua vez, destaca que as grandes dificuldades com a revelação, na maioria das vezes, estão fundamentadas numa visão inadequada do Antigo Testamento, o que para Kaiser faz dessa parte das Escrituras o problema por excelência da teologia cristã.[3]
O que Kaiser está defendendo é a tese do teólogo luterana Emil Kraeling: “O problema do Antigo Testamento... não é apenas um entre muitos. É o principal problema da teologia”.[4]
O debate ao longo da história sobre o lugar do Antigo Testamento na teologia cristã parece confirmar a tese sustentada por Kaiser, pois, como bem observou Jonh S. Feinberg, a história do Cristianismo revela um intenso debate sobre a continuidade e descontinuidade dos testamentos.[5]
Dito de outra forma, esse é um debate que tem procurado identificar o que do Antigo Testamento é ainda válido para a Igreja e o que já caducou. 
Por essa razão, Walter Kaiser tem, acertadamente, apontado esse como o maior problema da teologia cristã, pois percebe que “Um passo em falso neste testamento, muitas vezes, significa um passo em falso na teologia e na prática da fé”.[6] 
 Desse modo, como bem escreveu A. H. J. Gunneweg, “Não seria nenhum exagero compreender o problema hermenêutico do Antigo Testamento como o problema da teologia cristã” e o motivo para isso é que “todas as outras questões de teologia são afetadas, de uma ou de outra maneira, pela solução deste problema".[7]  

1. Um panorama do problema na história
Durante os primeiros anos da história da Igreja a sua revelação era as Escrituras do Antigo Testamento[8] juntamente com “a doutrina que o Senhor [Jesus] ou Seus apóstolos entregaram à igreja, não importando se foi transmitida oralmente ou em documentos”.[9]  
Nesse contexto, conforme se pode observar no testemunho da igreja primitiva, Jesus Cristo era o clímax, a fonte última, bem como o centro unificador de toda a revelação divina. Noutras palavras, isso quer dizer que para os primeiros crentes em Cristo toda a revelação de Deus encontrava convergência e harmonia.
Essa parece ser a tônica dos evangelhos quando buscaram demonstrar para o mundo, seja judeu ou gentio, que não existe descontinuidade entre a mensagem do Antigo Testamento e a mensagem encarnada na pessoa, palavras e obras de Cristo, pois testemunharam, no poder do Espírito, que a revelação em Cristo não representa uma ruptura no processo revelacional, mas o cumprimento daquilo que fora anunciado pelos antigos profetas.
O testemunho da igreja primitiva também demonstra que esse tipo de percepção a respeito da revelação divina não surgiu de modo natural entre os primeiros cristãos, mas fora fomentado pelo próprio Cristo, como se pode observar na conversa que desenvolve com dois de seus discípulos no caminho de Emaús.  
O texto narra que os discípulos seguiam para esta aldeia lamentando a morte de Jesus quando aconteceu de Jesus aproximar-se e seguir caminho junto com eles. Nessa caminhada, Lucas nos conta que Jesus questiona o porquê da tristeza daqueles homens e eles lhes revelaram que haviam perdido todas as esperanças de que Jesus fosse o Messias revelado no Antigo Testamento. 
Nesse ponto, Jesus interrompe a conversa para ajustar, à luz das Escrituras, o entendimento desses discípulos. Ele dá uma verdadeira aula sobre a unidade e harmonia que a revelação encontra em sua pessoa: 

Então, lhes disse Jesus: Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras (Lc 24.25-27).

Neste mesmo capítulo do Evangelho de Lucas, temos mais um exemplo de que a mensagem do Antigo Testamento se encontra em harmonia com a mensagem do evangelho encarnada em Jesus. A história narra uma aparição de Jesus entre os seus discípulos mais próximos. Eles estavam descrentes e angustiados porque não conseguiram compreender o propósito de Deus em Jesus, mas Jesus, como demostra o texto a seguir, os leva a compreender que o mesmo Deus que operou por meio dos profetas é o mesmo Deus que vinha operado por meio de sua vida: 

A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos. Então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras; e lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém. Vós sois testemunhas destas coisas. Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder. (Lucas 24.44-49)

O entendimento, portanto, das primeiras comunidades cristãs era de que as Escrituras – o Antigo Testamento - testificam de Jesus e estavam em plena harmonia com a mensagem do evangelho anunciada pelos apóstolos. 
A despeito desse entendimento sobre as Escrituras, surgiu logo cedo no seio da Igreja uma tentativa de harmonizar o Antigo Testamento e a mensagem do evangelho diminuindo a importância da pessoa, palavras e obra de Cristo e dando um lugar de destaque às obras da Lei, o que por fim desfigurava completamente a mensagem do evangelho.
Reagindo a essa maneira de enxergar a revelação divina, o apóstolo Paulo demonstrou que as boas novas são uma realidade que permeia toda a Escritura e um exemplo disso é que o evangelho fora anunciado a Abraão (Gl 3.8). Já a Lei cerimonial revelada no Antigo Testamento possuía um caráter transitório. Seu objetivo, diz Paulo, era “nos conduzir a Cristo” como uma espécie de pedagogo severo (Gl 3.24, 25).
Percebe-se, desse modo, que os primeiros cristãos, além de verem Jesus como o centro unificador de toda a revelação de Deus e uma continuidade entre o Antigo Testamento e a mensagem do evangelho, também perceberam que havia uma descontinuidade entre a mensagem do Antigo Testamento e a mensagem do evangelho. 
Segundo o apóstolo Paulo, essa continuidade e descontinuidade entre os testamentos está fundamentada numa relação de sombra e objeto: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. (Cl 2. 16, 17). 
Este é também o entendimento do autor da carta aos Hebreus. Ele, por exemplo, nos diz que a antiga aliança era um símbolo transitório da nova aliança (Hb 8), que as ofertas e sacrifícios mosaicos eram imperfeitos e ineficazes (Hb 9) e que os sacrifícios antigos eram humanos e transitórios (Hb 10), o que nos leva a inferir que a Igreja entendia que todas essas coisas eram sombras da grande obra que Cristo havia realizado.
Afastando-se dessa maneira de enxergar a relação entre a revelação de Deus no Antigo Testamento e a mensagem do evangelho, surgiu no segundo século um grupo de intérpretes conhecidos como gnósticos que “denegriam abertamente o Antigo Testamento como obra de uma divindade inferior”.[10] Essa convicção gnóstica fundamentava-se no entendimento de que toda a criação fora um erro de um deus inferior e que a matéria era má por definição.[11] 
Apoiados nesses pressupostos, os gnósticos também reinterpretaram radicalmente a mensagem do evangelho – aquilo que viria a ser o Novo Testamento – para ajustá-la a sua visão de mundo[12] e defendiam, segundo alguns estudiosos, que “a meta da vida espiritual era a libertação do efeito contaminador da existência encarnada pelo alcance da gnosis ou conhecimento”.[13]
Defendendo ideias semelhantes a dos intérpretes gnósticos[14], por volta de 144 d.C., surgiu em Roma, um pregador chamado Marcião trazendo “uma mensagem a respeito do Deus de amor”.[15] Marcião parecia um pregador cristão, mas na sua mensagem “achou impossível conciliar o Antigo Testamento com o evangelho de Cristo”[16], pois “achava que o legalismo e a justiça severa de um e a graça e o amor redentor revelados no outro representam dois conceitos de religião antiteticamente opostos”.[17]
Baseado nessas ideias, “Marcião concluiu que havia dois Deuses, um Demiurgo inferior que criou o universo (isto é, o Deus do Judaísmo) e o Deus supremo, dado a conhecer, pela primeira vez, por meio de Cristo”[18] e que a revelação divina dessa divindade superior estava preservada no evangelho de Lucas e em apenas dez das epistolas paulinas.[19]
Opondo-se as ideias gnósticas e marcionitas que acentuavam uma profunda descontinuidade entre o Antigo Testamento e a mensagem do evangelho, a Igreja buscou delimitar a coleção de livros que possuía e já tratava como Escritura, o que deu origem formal ao Novo Testamento,[20] bem como buscou defender a unidade entre o antigo texto judeu e os escritos cristãos.
Nesse cenário destacaram-se intérpretes como Irineu e Orígenes que tendiam a interpretar as Escrituras segundo o método alegórico. O primeiro, por exemplo, defendia “que quando os cristãos leem o Antigo Testamento, eles discernem prontamente a unidade com o Novo”[21], visto que esse “É um tesouro, certamente escondido em um campo, mas trazido à luz pela cruz de Cristo”.[22]
Irineu também lembrou que os apóstolos sustentavam a crença de que o mesmo Deus se revelou tanto no Antigo quanto no Novo Testamento: 

Todos os apóstolos ensinaram que houve, certamente, dois testamentos entre dois povos: mas que foi o único e mesmo Deus que estabeleceu ambos para benefício daqueles povos [...] que deveriam crer em Deus. [...] O primeiro testamento não foi dado sem razão ou sem propósito, nem acidentalmente; mas [...] exibiu um tipo de coisas celestiais, visto que o homem não era ainda capaz de ver as coisas de Deus por meio de visão imediata; e prenunciou as imagens daquilo que agora realmente existe na igreja, a fim de que nossa fé fosse firmemente estabelecida; e conteve uma profecia de coisas por acontecer, a fim de que o homem aprendesse que Deus tem a presciência de todas as coisas.[23]  

Orígenes, o maior expoente e defensor da intepretação alegórica, em sintonia com Irineu, via que “os dogmas comuns aos chamados Antigo e Novo Testamento constituem uma sinfonia”[24], pois cria “que Cristo, a palavra de Deus, fala do começo ao fim da Bíblia”.[25] Orígenes também defendia que as palavras de Cristo “não são somente aquelas que Ele falou quando se fez homem e habitou na carne, pois, antes daquele tempo, Cristo, a Palavra de Deus, estava em Moisés e nos profetas”.[26]
Essa unidade entre os testamentos advogada pelos intérpretes que se serviam do método alegórico, no entanto, tendia a desprezar o sentido literal das Escrituras. A razão para isso é que para esses intérpretes o sentido literal de certas passagens bíblicas se mostrava incompreensível ou até mesmo contraditório. Esse é o caso dos mandamentos de Deus no livro de Josué para destruir cidades inteiras juntamente com todos os seus habitantes.[27]  
Por esse motivo, como bem apontou o Dr. Kelly, na interpretação alegórica o texto bíblico é tratado como simples símbolo de realidades espirituais mais profundas. E o sentido histórico ou literal, quando recebe alguma atenção, assume uma posição secundária, visto que o propósito do intérprete é revelar o sentido moral ou místico que se presume está presente em cada passagem das Sagradas Escrituras.[28] 
A resposta a essa maneira de pensar a revelação fora dada pelos intérpretes de Antioquia que, a semelhança dos mestres da alegoria, também compreenderam que a leitura das Escrituras poderia conduzir o leitor a um sentido mais elevado, o sentido anagógico ou místico do texto, o qual chamaram de theoria. Contudo, diferente desses, os intérpretes antioquenos defenderam que o sentido mais alto de um texto não elimina ou despreza o seu sentido literal e histórico.[29]
A maneira como o apóstolo Paulo interpreta as Escrituras, para Deodoro de Tarso, é uma ótima ilustração do método antioqueno, ou seja, de como o sentido histórico de um texto está atrelado ao seu sentido mais profundo: 

Baseado no relato histórico sobre Isaque e Ismael e suas respectivas mães, Sara e Hagar, Paulo desenvolve a teoria mais alta da seguinte forma: Ele compreende Hagar como o Monte Sinai, mas a mãe de Isaque como a Jerusalém livre, a futura mãe de todos os crentes. O fato de que o apóstolo ‘teoriza’ dessa forma não significa que ele repudia o relato histórico. Pois quem poderia persuadi-lo a dizer que a história de Hagar e Sara não era verdadeira? Com o relato histórico como seu firme fundamento, ele desenvolve sua theoria sobre o mesmo; ele compreende os fatos subjacentes como eventos em um nível mais alto. É esta teoria desenvolvida que o apóstolo chama de alegoria.[30]           

Teodoso de Mopsuéstia, outro importante intérprete antioqueno, também defende que o apóstolo Paulo “não está tratando a Escritura como um nariz de cera a ser moldado pelo capricho do intérprete. [...] Antes, a leitura que o apóstolo faz de Gênesis está enraizada na história e no contexto”[31], visto que ao usar a narrativa de Hagar e Sara para justificar a sua mensagem, o apóstolo não deixa de lado os eventos históricos, mas os afirma como aconteceram para depois trazer a sua aplicação.[32]
Apesar de todo esse esforço dos intérpretes antioquenos para demonstrar que o sentido literal e histórico do texto bíblico é o mais coerente para exibir a harmonia e unidade das Escrituras, “predominou na Idade Média a interpretação alegórica defendia por Orígenes”[33] e seus companheiros. Ou seja, a Igreja continuou a defender a unidade das Escrituras com o prejuízo de seu sentido mais óbvio e evidente. 
Um dos primeiros intérpretes da Idade Média a defender que o texto bíblico possuía vários sentidos fora o monge e escritor asceta João Cassino. A ele é atribuída à ideia de que as Escrituras possuíam quatro diferentes níveis de sentido: o sentido histórico ou literal, o sentido alegórico ou cristológico, o sentido tropológico ou moral e o sentido anagógico ou escatológico. O primeiro desses sentidos era o mais evidente e óbvio, o segundo o mais profundo e cristocêntrico, o terceiro tratava das obrigações e responsabilidades morais dos cristãos, o quarto e último aponta para as coisas futuras que os cristãos deveriam esperar.[34]
A semelhança de João Cassiano, teólogos medievais como Bernado de Claraval, Nicolau de Lira e Boaventura também defenderam que as Escrituras possuíam muitos sentidos. Boaventura, por exemplo, chegou a defender que em cada passagem bíblica havia sete sentidos.[35]  
Essa perspectiva de que as Escrituras possuíam muitos sentidos contribuiu de maneira significativa para a decadência doutrinária da Igreja nesse período da história[36], pois justificava invenções, costumes e doutrinas que estavam surgindo na Igreja a partir do uso inadequado da Palavra de Deus.[37] 
 A Reforma Protestante fora uma resposta a este estado no qual se encontrava a Igreja por meio de um retorno a interpretação bíblica fundamentada no sentido histórico e literal das Escrituras. Tratou-se, por assim dizer, de um movimento hermenêutico que resgatou a centralidade da Bíblia e buscou harmonizá-la a partir de suas partes.[38]   
Esse senso de unidade e harmonia que a teologia reformada clássica nutriu a respeito das Escrituras estava apoiado no entendimento de que a Bíblia era a Palavra de Deus. Noutros temos, os reformadores reconheceram que “as Escrituras foram obra de diferentes escritores em diferentes tempos, [mas também ressaltaram que] a inspiração divina do todo carrega a unidade e coerência da verdade de Deus” e que o trabalho teológico não passa do esforço para descobrir e organizar o que Deus tem revelado em sua Palavra.[39]  
Apesar do elevado conceito de unidade das Escrituras nutrido pelos reformadores, surgiu na Reforma um ramo que tendia a acentuar a descontinuidade das Escrituras.[40] Os anabatistas, como fora chamado esse ramo da Reforma, tendia a valorizar o Novo Testamento e a ver o Antigo como um livro judaico de pouco valor para a era da nova dispensação.[41]
Apoiados nessa maneira de enxergar as Escrituras, os anabatistas desenvolveram uma teologia que enfatizava a separação entre Igreja e Estado e o batismo somente para aqueles que passaram pela experiência da conversão, o que provocou uma resposta política e teológica por parte dos demais reformadores, pois perceberam que o que estava em jogo não era apenas questões doutrinárias, mas a própria estabilidade da sociedade.[42] 
No campo teológico, o primeiro a combater os ensinamentos anabatistas fora o reformador Ulrich Zwinglio. Esse importante pregador da cidade de Zurique recorreu ao conceito bíblico da aliança para defender a prática do batismo infantil frente aos ataques dos anabatistas. Noutras palavras, Zwinglio defendeu que o batismo de crianças é o equivalente no Novo Testamento à prática da circuncisão no Antigo.[43]
Essa defesa inédita do batismo infantil recebera o nome de teologia da aliança e um tratamento bem mais elaborado na obra do reformador Heinrich Bullinger: De testamento seu foedere Dei unico et aeterno (Do único e eterno testamento ou pacto de Deus). O entendimento de Bullinger era que a teologia da aliança não se limitava só ao tema do batismo, mas estava intimamente ligada a estrutura da própria revelação, de modo que via o Antigo e Novo Testamentos como diferentes administrações de uma mesma aliança.[44] 
O trabalho de Bullinger tornou-se uma referência em teologia para as igrejas reformadas.[45] Isso, todavia, não eliminou do meio reformado a discussão levantada pelos anabatistas a respeito da descontinuidade entre os testamentos, como, por exemplo, testemunha o debate sobre essa questão no cenário da reforma puritana no século XVII.
Um novo folego para esse debate fora dado por Jonh Nelson Darby, um sacerdote da Igreja da Irlanda que abandonou o seu cargo nessa Igreja e se uniu ao movimento dos Irmãos de Plymouth.  O ponto de partida de suas ideias fora uma nova percepção sobre a Eclesiologia. Ou seja, Darby passou a defender que a Igreja é uma comunidade espiritual que não pode ser identificada com qualquer instituição e que existe uma radical descontinuidade entre a Igreja e Israel.[46]
Segundo essa percepção, Deus tem dois povos, Israel e a Igreja, e trata de maneira diferenciada esses povos ao longo da história. Por essa razão, para Darby a Palavra da verdade deveria ser manejada corretamente, pois é preciso distinguir as passagens dirigidas à nação de Israel daquelas endereçadas à Igreja.[47]  
Essas ideias de Darby, “aliadas a uma visão futurista da profecia bíblica e à doutrina do arrebatamento da Igreja pré-tribulacionista”, tornaram-se o catalisador do sistema dispensacionalista.[48]
O movimento dos Irmãos e o próprio Darby se encarregaram de divulgar essas ideias que vieram a exercer forte influência entre os presbiterianos e batistas na América do Norte. Conferências também foram organizadas para divulgar a maneira dispensacionalista de interpretar as Escrituras. Nem um desses trabalhos, contudo, contribui para a popularização do dispensacionalismo como um sistema único e coeso como a Bíblia de referência de Scofield (1909).[49]
Desde a publicação da Bíblia de referência de Scofield (1909) o dispensacionalismo tem experimentado algumas transformações em seu projeto inicial. Todavia, a influência da versão proposta por Darby cristalizada na obra Scofield parece ocupar ainda o lugar de destaque no ambiente eclesiástico de nossos dias e a desempenhar o principal contraponto a visão pactual das Escrituras sustentada pelas igrejas alinhadas com a tradição reformada que remonta a Zwinglio e Bullinger.
Essas duas maneiras de enxergar as Escrituras na atualidade representam, sem sombra de dúvida, o amadurecimento do debate em torno do tema da continuidade e descontinuidade entre os testamentos que a Igreja vem travando ao longo de sua história e, como destacamos no início deste capítulo, tem profunda relação com o seu modo de fazer teologia.    

2. Teologia do Pacto e Dispensacionalismo. 
O mundo cristão, conforme vimos, quanto a relação entre o Antigo e Novo Testamento, tem estado divido entre a ênfase na continuidade ou descontinuidade, ou seja, entre uma visão pactual ou dispensacionalista da revelação divina nas Escrituras Sagradas.
Pensar, portanto, um pouco mais sobre essas diferentes maneiras de enxergar as Escrituras é de fundamental importância para uma melhor compreensão dos dois principais sistemas teológicos da Igreja em nossos dias.
A teologia do pacto, como observamos, surgira entre os reformadores no século XVI. O primeiro a dar um tratamento mais elaborado a este assunto fora o teólogo Heinrich Bullinger na obra De testamento seu foedere Dei unico et aeterno de 1534. Além de Bullinger, Zacharias Ursinus, Kaspar Olevianus, Johannes Althusius, Johannes Cocceius, Herman Witsius e Francis Turretin também escreveram sobre a teologia aliancista.[50] 
Os puritanos ingleses do século XVII resumiram a compreensão destes teólogos sobre a teologia do pacto na Confissão de Fé de Westminster:

I. Tão grande é a distância entre Deus e a criatura, que, embora as criaturas racionais lhe devam obediência como ao seu Criador, nunca poderiam fruir nada dele como bem-aventurança e recompensa, senão por alguma voluntária condescendência da parte de Deus, a qual foi ele servido significar por meio de um pacto.

II. O primeiro pacto feito com o homem era um pacto de obras; nesse pacto foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal.

III. O homem, tendo-se tornado pela sua queda incapaz de vida por esse pacto, o Senhor dignou-se fazer um segundo pacto, geralmente chamado o pacto da graça; nesse pacto ele livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação por Jesus Cristo, exigindo deles a fé nele para que sejam salvos; e prometendo dar a todos os que estão ordenados para a vida o seu Santo Espírito, para dispô-los e habilitá-los a crer.

IV. Este pacto da graça é frequentemente apresentado nas Escrituras pelo nome de Testamento, em referência à morte de Cristo, o testador, e à perdurável herança, com tudo o que lhe pertence, legada neste pacto.

V. Este pacto no tempo da Lei não foi administrado como no tempo do Evangelho. Sob a Lei foi administrado por promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pelo cordeiro pascoal e outros tipos e ordenanças dadas ao povo judeu, prefigurando, tudo, Cristo que havia de vir; por aquele tempo essas coisas, pela operação do Espírito Santo, foram suficientes e eficazes para instruir e edificar os eleitos na fé do Messias prometido, por quem tinham plena remissão dos pecados e a vida eterna: essa dispensação chama-se o Velho Testamento.

VI. Sob o Evangelho, quando foi manifestado Cristo, a substância, as ordenanças pelas quais este pacto é dispensado são a pregação da palavra e a administração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor; por estas ordenanças, posto que poucas em número e administradas com maior simplicidade e menor glória externa, o pacto é manifestado com maior plenitude, evidência e eficácia espiritual, a todas as nações, aos judeus bem como aos gentios. É chamado o Novo Testamento. Não há, pois, dois pactos de graça diferentes em substância mas um e o mesmo sob várias dispensações.[51]

Como se pode observar, a Confissão de Fé de Westminster estrutura o relacionamento de Deus com a humanidade em torno de pactos ou alianças que o próprio Deus voluntariamente condescendeu estabelecer com os seres humanos, sendo o primeiro dos pactos firmados entre Deus e o homem um pacto de obras onde “foi a vida prometida a Adão e nele à sua posteridade, sob a condição de perfeita obediência pessoal”.
A segunda aliança que Deus, conforme o exposto na Confissão de Fé de Westminster, fez com o homem fora o pacto da graça; uma aliança onde Ele livremente, em virtude da desobediência humana ao seu primeiro pacto, oferece vida e salvação aos pecadores por meio da fé em Cristo Jesus.
Este segundo modo empregado por Deus para se relacionar com o homem após a queda – o pacto da graça – de acordo com a Fé de Westminster, fora executado sob duas diferentes administrações: sob a Lei ou o Velho Testamento e sob Evangelho ou o Novo Testamento. Assim, as alianças que Deus firmou com Adão, Noé, Abrão, Moisés e Davi no tempo do Antigo Testamento e a Nova aliança celebrada em Cristo Jesus retratada no Novo Testamento são substancialmente a mesma aliança, apesar de suas diferenças acidentais. 
Fundamentando-se nesse entendimento de que o centro unificador de toda a revelação bíblia é a aliança que Deus estabeleceu com o homem após a queda, a teologia do pacto tem buscado compreender e organizar o sistema doutrinário internamente ensinado pelas Escrituras.[52]  
Diferente da teologia do pacto que vê o relacionamento entre Deus e o homem em torno do conceito de aliança, a teologia dipensacionalista, defende que a maneira como Deus se relaciona com a humanidade tem mudado de tempos em tempos.
Os diferentes modos de Deus se relacionar com a humanidade ao logo do tempo têm sido chamados pelos estudiosos do assunto de dispensações. Essa palavra que tem dado nome a teologia dispensacionalista é uma tradução da palavra grega oikonomia e pode significar administração da casa, regras da casa ou economia e tem sido usada pelos teólogos dispensacionalistas, de modo mais abrangente, para indicar todo o programa divino ao longo da história.
A quantidade de dispensações que fazem parte desse programa divino não é um consenso entre os pensadores dispensacionalistas. Contudo, um esquema de sete dispensações proposto por Scofield em sua bíblia de estudo tem o reconhecimento geral de tais pensadores.[53]
Segundo essa perspectiva uma divisão natural das dispensações seria a seguinte: 1) Dispensação da inocência (da criação da humanidade até a Queda de Adão); 2) Dispensação da consciência (da Queda de Adão até o Dilúvio); 3) Dispensação do governo humano (do Dilúvio até o chamado de Abraão); 4) Dispensação da promessa (do chamado de Abraão até Moisés); 5) Dispensação da Lei (desde a doação da Lei a Moisés até a morte de Cristo); 6) Dispensação da Igreja ou da graça (desde a morte de Cristo até o seu retorno); 7) Dispensação do milênio ou do reino (do segundo advento de Cristo até a criação do novo céu e nova terra).[54]
Em cada uma dessas dispensações, como destacamos, Deus tem estabelecido diferentes modos de se relacionar com o homem. Segundo a visão dispensacionalista, cada um desses modos ou “dispensações foi inaugurada mediante o estabelecimento de uma aliança entre Deus e a humanidade, criando um relacionamento de responsabilidade entre as partes do acordo”.[55] 
O quadro a seguir apresenta uma visão geral dessas diferentes dispensações:

O plano de Deus na História
Dispensações
Aliança
Teste
Falha
Consequências
Inocência
Edênica
Não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal.
O pecado original
Expulsão do Jardim
Consciência
Adâmica
Viver pelo conhecimento do bem e dom mal.
O homem fez somente o que era mal
O Dilúvio
Governo Humano
Noaica
Espalhar-se pela terra e forma governos
A Torre de Babel
A confusão dos muitos idiomas
Promessa
Abraâmica
Viver pela fé
Abandono da terra
Cativeiro no Egito
Lei
Mosaica
Obedecer à Lei
Longa lista de desobediências
O exílio e a cruz
Graça
Nova Aliança
Aceitar à Cristo pela fé
A igreja apóstata
A tribulação
Milênio
Davídica
Baseado na fidelidade de Deus
A rebelião final
O inferno

De acordo com a perspectiva dispensacionalista, entender como cada uma dessas dispensações se ajusta ao todo das Escrituras é de fundamental importância para a sistematização teológica. Esse é, por exemplo, o entendimento de Lewis Sperry Chafer, um dos principais representantes do dispensacionalismo no século XX: 

O programa de Deus é tão importante para o teólogo como o projeto é para o construtor da casa ou a carta para o marinheiro. Sem o conhecimento dele, o pregador ficará à deriva na doutrina e falhará em grande medida nas suas tentativas de harmonizar e utilizar as Escrituras.[56]  

A teologia dispensacionalista e a teologia pactual possuem, portanto, diferentes percepções sobre como as Escrituras devem ser interpretadas. Para os dispensacionalistas a chave hermenêutica para o entendimento correto das Escrituras é dividir a Bíblia em dispensações, enquanto os aliancistas defendem que a estrutura mais básica da revelação bíblica é o pacto que Deus condescendeu firmar com a humanidade.
A partir dessas diferentes visões a respeito das Escrituras, como veremos no tópico a seguir, dispensacionalistas e aliancistas tem construído seus respectivos sistemas doutrinários, o que, por sua vez, corrobora com a tese de que o maior problema da teologia é ainda a maneira como se enxerga a relação entre o Antigo e Novo Testamento. 

3. A relação entre os testamentos e a sistematização teológica.
Como temos destacado, a maneira como se enxerga as Escrituras, mas especificamente o Antigo Testamento e como este se ajusta a mensagem do Novo, tem profunda influência na maneira como doutrinas, em particular, e sistemas de doutrinas, em geral, são construídos.
Os cristãos judeus a quem o apóstolo Paulo combate em sua carta aos Gálatas, dada a sua ênfase na mensagem do Antigo Testamento, por exemplo, desenvolveram uma doutrina soteriológica que tendia a desprezar a obra do redentor. Noutros termos, a salvação ensinada por aqueles cristãos judeus parecia condicionada a obediência à lei e não a fé na obra de Cristo Jesus.
No outro polo, gnósticos que se diziam cristãos, com todo o seu desprezo para com o Antigo Testamento, também se encarregaram de desenvolver uma doutrina da salvação. Para eles, os homens não seriam salvos do pecado por meio da obra do filho de Deus na cruz do Calvário, mas a grande obra de Cristo fora livrá-los da ignorância. Além de uma salvação baseada no conhecimento que segundo entendiam Cristo viera trazer, os gnósticos possuíam uma visão particular da revelação apostólica e, desse modo, apresentaram ao Cristianismo primitivo uma teologia que incluía dentre os seus elementos doutrinários um deus ruim e um deus bom, um Cristo divino que abandonara o Jesus humana por ocasião da cruz e uma visão dualista da realidade que desprezava a criação em benefício de uma existência desencarnada como meta de uma autêntica vida espiritual.
A dificuldade da escola de Alexandria de conciliar o sentido literal do Antigo Testamento com a mensagem do Novo também encontrou reflexo no modo como essa escola formulou suas doutrinas. O exemplo mais claro disso está no caráter altamente especulativo e espiritualizado das doutrinas propostas por homens como Clemente e Orígenes, principais representantes da teologia alexandrina.
Na Idade Média, seguindo essa lógica especulativa dos teólogos alexandrinos, a igreja permeou o cenário eclesiástico de inúmeras invenções. Além disso, também defendeu doutrinas que de modo evidente revelam a sua dificuldade de conciliar o Antigo Testamento com o Novo. São exemplos dessa dificuldade o ensino litúrgico da igreja com sua quase reprodução do culto da antiga aliança, a doutrina da salvação com sua ênfase nas obras e a ideia de que o sacerdócio é algo restrito a apenas uma parcela da igreja. 
Os reformadores, dando continuidade à tradição teológica antioquena, buscaram reparar essa lógica esboçando um sistema de doutrinas a partir de uma visão unificada das Escrituras e coerente com o sentido das Escrituras. Logo cedo, entretanto, surgiram entre eles aqueles que viram as Escrituras de maneira fragmentada e descontínua.
No atual cenário evangélico essas diferentes percepções das Escrituras e os seus desdobramentos doutrinários encontram-se basicamente sintetizados nos sistemas aliancistas e dispensacionalista de doutrina. Um ótimo quadro dessas diferenças fora traduzido e publicado pelo presbítero Felipe Sabino.[57]   

Assunto
Posição do Pacto
Posição Dispensacionalista
Modelo da História
Pacto das Obras com Adão: Pacto da Graça com Cristo em nome dos eleitos (alguns distinguem entre o Pacto de Redenção com Cristo e o Pacto da Graça com os eleitos).
Dividido em dispensações (usualmente sete): Inocência (antes da queda), Consciência (Adão), Governo Humano (Noé), Promessa (Abraão), Lei (Moisés), Graça (Primeira vinda de Cristo), Reino (Segunda Vinda de Cristo). - (Alguns adicionam sete anos da tribulação e a lei como outra dispensação).
Como a História é Vista
Otimista; Deus está estendendo seu Reino.
Pessimista: os últimos dias se ressaltam por uma crescente maldade que impera no mundo e pela apostasia na igreja.
Propósito de Deus na História
Existe UM propósito de redenção unido.
Existem DOIS propósitos, um terreno (Israel), um celestial (a igreja).
Como os Pactos Bíblicos São Vistos
Existem várias administrações do Pacto da Graça
Marcam-se períodos de tempo onde as demandas específicas de Deus para os homens são distintas.
Relações entre o Antigo e o Novo Testamento
Aceita-se o ensinamento do Antigo Testamento, a menos que tenha sido ab-rogado pelo Novo Testamento.
O Antigo Testamento não tem autoridade, a menos que seja confirmado com o Novo Testamento.
Relação entre Israel e a Igreja
A Igreja é o Israel espiritual, em continuidade com o verdadeiro Israel do Antigo Testamento.
A Igreja é o povo espiritual de Deus, distinto de Israel, o povo físico de Deus.
A Profecia do Antigo Testamento
Refere-se ao povo de Deus, a Igreja.
Refere-se ao Israel étnico.
A Era da Igreja
O propósito redentor de Deus continua sendo desenrolado
É um parêntese entre o passado e a futura manifestação do Reino.
Papel do Espírito Santo
O Espírito Santo está dentro das pessoas através de toda a história.
O Espírito Santo está dentro das pessoas desde o Pentecostes até o Rapto.
Batismo
Pacto unificado, geralmente (porém nem sempre) usado para respaldar o batismo das crianças.
Distinção entre Israel/Igreja, frequentemente utilizado (porém nem sempre) para respaldar o batismo somente dos crentes.
Implicações Sociais
Enfatiza-se "o mandato cultural"
A única maneira de salvar o mundo é salvando indivíduos; por isso, o evangelismo toma precedência sobre a “ação social”.
Escatologia
Usualmente Amilenista; raramente Pós-milenista; ocasionalmente Pré-milenista.
Pré-milenista, usualmente Pré-tribulacionalista.
Milênio
Simbólico, frequentemente identificado como a era presente.
Literal, reino terreno de 1000 anos depois da Segunda Vinda.

4. Conclusão
Não existe, portanto, uma teologia neutra, mas, como temos destacado, toda a sistematização teológica é fortemente influenciada pela maneira como se enxerga as Escrituras e em especial, como posto pelo doutor Walter Kaiser, o texto do Antigo Testamento. 
Por essa razão, a tradição reformada tem compreendido que o trabalho teológico é, antes de tudo, uma atividade que busca entender, a partir das Escrituras, o sistema inerente as Escrituras. Esse trabalho, desse modo, seria algo como buscar nas Escrituras as lentes para se enxergar, entender e organizar o ensino das Escrituras. A história, contudo, parece revelar que o povo de Deus não tem voltado desse primeiro trabalho em direção as Escrituras com as mesmas lentes, especialmente quanto ao lugar do Antigo Testamento na reflexão teológico, o que faz dessa parte do texto sagrado o maior problema para a teologia.


[1] Graduado em teologia pelo Seminário Batista Nacional de Pernambuco, licenciado em Física pela UFRPE, especializado m teologia sistemática do Seminário Presbiteriano do Norte e mestrando em teologia pelo Seminário Teológico Filadélfia.
[2]STRONG, A. H. Teologia sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003, p, p. 23.
[3] KAISER, W. C. Pregando e ensinando a partir do Antigo Testamento: um guia para a igreja. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 37-39.
[4] KAISER, p. 37.
[5] FEINBERG, J. S. (Org). Continuidade e descontinuidade: perspectivas sobre o relacionamento entre o Antigo e o Novo Testamentos. São Paulo: Hagnos, p. 67.
[6] KAISER, p. 38, 39.
[7] KAISER, p. 38.
[8] KELLY, J. N. D. Patrística: origem e desenvolvimento das doutrinas centrais da fé cristã. São Paulo: Vida Nova, 1994, p. 38.
[9] Ibid., p. 22.
[10] HALL, C. A. Lendo as Escrituras com os pais da igreja. 2ª ed, Viçosa: Ultimato, 2007, p. 160.
[11] Idem.
[12] Ibid., p. 161.
[13] Idem.
[14] KELLY. Patrística: origem e desenvolvimento das doutrinas centrais da fé cristã, p. 42.
[15] NOLL, M. A. Momentos decisivos na história da igreja.  São Paulo: Cultura Cristã, 2000, p.
[16] KELLY, p. 42.
[17] KELLY, p. 42.
[18] KELLY, p. 42.
[19] KELLY, p. 42.
[20] KELLY, p. 42, 43.
[21] HALL, p. 154.
[22] Idem.
[23] Ibid., 155.
[24] KELLY, p. 51
[25] HALL, p. 163.
[26] Idem.
[27] Ibid., p. 156.
[28] KELLY, p. 52.
[29] HALL, p. 152, 182.
[30] HALL, p. 183, 184.
[31] Ibid., p 186.
[32] Ibid., p 186.
[33] LOPES, A. N. A bíblia e seus intérpretes: uma breve história da interpretação. São Paulo, 2004, p. 149.
[34] Idid, p. 150.
[35] Idem.
[36] Ibid., p. 157.
[37] Ibid., p. 150, 151.
[38] LOPES, p. 159, 161.
[39] SPROUL, R. C. O que é teologia reformada. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, p. 19. 
[40] FEINBERG, J. S. (Org), p. 41.
[41] Ibid., p. 25.
[42] FERREIRA e MYATT. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo, 2007, p. 940, 941.  
[43] Ibid., p. 940.
[44] Ibid., p. 940, 941.
[45] Ibid., p. 941.
[46] SAWYER, M. J. Introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico. São Paulo: Editora Vida, 2009, p. 409.
[47] Idem.
[48] Ibid., p. 410.
[49] Ibid., p. 410.
[50] FERREIRA e MYATT. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual, p. 1105.  
[51]Confissão de Fé de Westminster, VII. 1-6. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm>. Acesso: 28 Nov 2016.
[52] SPROUL. O que é teologia reformada, p. 19, 20 e 84.
[53] SAWYER. Introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico, p. 417.
[54] Cf. para uma melhor apresentação dessas dispensações CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. Vol I – São Paulo, Hagnos, 2003, p. 81, 82.
[55] SAWYER. Introdução à teologia: das questões preliminares, da vocação e do labor teológico, p. 417.

[56] CHAFER, Lewis Sperry. Teologia sistemática. Vol I – São Paulo, Hagnos, 2003, p. 12.
[57] Comparação Entre a Teologia do Pacto e a Teologia Dispensacionalista. Disponível em:<http://www.monergismo.com/textos/escatologia_reformada/quadropacto.htm>. Acesso em 23 Dez 2016.

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