“Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).
Um dos atributos mais admiráveis de nosso Deus é a sua imutabilidade, isto é, Deus não muda. Essa qualidade é parte inerente, inclusive, de seu próprio nome, “EU SOU O QUE SOU” (Ex 3.14) e se apresenta nas mais variadas oportunidades do registro sagrado.
Um dos clássicos exemplos aonde a imutabilidade
de Deus é destacada é o que relata a história de Balaque; um rei que contratara
o profeta Balaão para proferir maldições contra o povo de Deus. Isso, contudo, não
fora possível. E qual o motivo? O motivo é que “Deus não é homem, para que
minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele
prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23:19).
Noutras palavras, Deus já havia determinado abençoar a vida de Israel e não
seria a profecia de Balaão que iria mudar tal realidade.
Esse mesmo tipo de ideia sobre Deus
pode ser vista na profecia de Isaías contra os assírios: “Porque o SENHOR
dos Exércitos o determinou; quem, pois, o invalidará? A sua mão está estendida;
quem, pois, a fará voltar atrás? “ (Is 14:27). Ou mesmo nos lábios do
salmista: “(...) os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua
fidelidade” (Sl 89.1B). E até nas palavras do próprio Deus: “Porque
eu, o SENHOR, não mudo”. (Ml 3:6A).
Mesmo em mossas cidades, se bem que não
poucas às vezes compreendidas de forma equivocado, podemos encontrar expressões
da imutabilidade de Deus em diversas ocasiões. Talvez a mais comum delas seja a
expressão “Deus é fiel” posta
nos para-choques dos veículos como uma espécie de carma ou confissão positiva
de que Deus tem um compromisso de fazer com que tudo dê certo em nossas vidas.
Mas será essa verdadeiramente a ideia bíblica quando defende que Deus é fiel? Na
verdade, contrariando muitas ideias populares sobre a ideia de que Deus é fiel,
quando a Bíblia nos ensina que Deus é fiel ela nos deixa claro que o Senhor de
nossas vidas é fiel a sua palavra e não aos caprichos humanos, pois o que Ele
vela para cumprir é a sua palavra (Jr 1.12); o que Ele não deixa passar é a sua
palavra (Mt 24.35, Mc 13.31).
Passando a observar o texto que lemos
sob essa perspectiva, o Natal é, portanto, muito mais do que uma simples festa.
Na realidade é a materialização da vontade do Deus imutável; do Deus fiel pra
cumprir aquilo que prometera, isto é, de fazer nascer da semente da mulher
aquele que esmagaria a cabeça da serpente e traria uma nova dimensão de vida
para a humanidade caída. Desse modo, se hoje comemoramos o Natal relembrando o
nascimento de Jesus e tudo o que ele representa para nós, não podemos deixar de
reconhecer que tudo isso somente é possível porque Deus é fiel. É por isso que
hoje é Natal.
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