Quando tratamos de um tema dessa
natureza, primeiramente devemos entender o que se entende por seguir a
multidão. Ou seja, o que é seguir a multidão? Para essa finalidade, podemos
observar alguns meios de comunicações e paralelamente a isso observar também o
comportamento da sociedade e muitas dúvidas nos serão esclarecidas. Assim,
podemos dizer que, nesse contexto, seguir a multidão, representa acompanhar as massas; ter em mente a
máxima da democracia, a maioria tem sempre razão; que a voz do povo é a voz de
Deus; que a ideologia vigente da sociedade ou sua filosofia de vida
correspondem à maneira correta de ver o mundo; é seguir irrefletidamente aos
modismos; é estar a reboque de um sistema e viver mudando a cada nova mudança.
Dessa maneira, é nossa intenção
demonstrar que adotar a postura de seguir a multidão, isso observando o
contexto citado anteriormente, é algo bastante perigoso. Contudo, quando se
observa a história da humanidade nota-se que o homem tem um fascínio por este
fenômeno. Basta apenas surgir uma nova, podemos assim dizer, “onda” que eles,
irrefletidamente migram. E isso pode ser observado em todos os campos do conhecimento
humano. Um bom exemplo que me vem à mente agora surge das lembras do término de
meu curso de física na Universidade Federal Rural de Pernambuco. Naquela época,
a moda era nanotecnologia. Assim, todos os pesquisadores queriam de alguma
forma trabalhar nessa área. Porém, eles não eram especialistas nessa área. E
por que eles agiram assim? Isso me faz lembrar das palavras de um dos
professores do curso: “basta apenas ter o
nome nanotecnologia em seu trabalho que o governo manda a dinheiro”. Ou
seja, a multidão de pesquisadores estava sendo motivada apenas pelo aspecto
financeiro. A pesquisa, o principal alvo de um pesquisador, passara assumir um
aspecto secundário. Dessa forma, quando seguimos a multidão deixamos de
observar, na maioria das vezes, o que realmente importa e isso é o reflexo de
várias características das multidões.
É justamente isso que tem ocorrido nas
igrejas, ou seja, temos deixado de observar o que realmente importa por
estarmos muitas vezes seguindo os modismos e máximas das multidões. Somos levados
a agir assim, muitas vezes, por ter a impressão de que o que está, de alguma
forma, dando certo aos olhos humanos, está de acordo com a vontade de Deus. Uma
contra indicação quanto a esse pensamento repousa na história de Ló. Isto é,
nem tudo que está aparentemente dando certo Deus concorda. Assim, precisamos
reconhecer e nos desviarmos da influência perigosa das multidões. Entretanto,
quais seriam os perigos de seguir a multidão?
A multidão é inconstante.
Embora tenhamos escrito inconstante,
poderíamos utilizar outras palavras para descrever essa característica das
multidões, isto é, muda com grande freqüência; não tem valores permanentes; não
tem uma identidade definida. Entretanto, isso não é nem uma novidade. A Bíblia,
cerca de dois mil anos atrás, já identificara essa característica no povo. E
não existe melhor exemplo para descrever essa característica das multidões de
que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém em contraste com sua posterior
condenação. O relato bíblico conta-nos
que Jesus quando entrou em Jerusalém, montado num jumento, “as multidões, tanto
as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!” (Mateus
21:9). Isso ocorreu num domingo. Contudo, menos de uma semana após, isto é, na
sexta-feira, a qual alguns chamam de sexta-feira da paixão (sofrimento), o
mesmo povo diante de Pilatos, após esse externar o desejo de soltar Jesus, por
não haver identificado Nele culpa alguma, grita enfurecidamente: “Seja crucificado!”
(Mateus 27:23).
É interessante observar como a multidão
age com Jesus: no primeiro dia da semana Ele era visto pelo povo como o rei
libertador enviado por Deus a nação de Israel, contudo, cinco dias após é
condenado da forma mais brutal existente naquela época, a morte de cruz;
sentença essa reservada para os piores marginais do tempo. Isso parece
estúpido, porém é o que mais ocorre em nossas comunidades. As pessoas de uma
semana para outra são outras. Há igreja que muda de identidade como mudamos de
roupa. Numa semana são em células, na outra são do movimento de cura divina.
Outras são tão volúveis que é até difícil de caracterizá-las. Contudo, isso não
quer dizer que devemos ser contra mudanças, visto que somos fruto da pregação
de Jesus, provocadora em nossas vidas da maior mudança que já pode acontecer, isto
é, do resgate das trevas para luz; da injustiça para justiça; da morte para
vida. Porém, devemos nos reservar do grande perigo da inconstância, ou seja, de
não ser nada definido, de ser levado por qualquer vento de doutrina, pois é
assim que caminha a multidão, sem identidade. É isso que você quer para sua
vida.
A multidão é facilmente manipulada.
Ainda no contexto do julgamento de
Jesus podemos tirar outra grande característica negativa da multidão, mais uma
advertência para não a seguirmos. A Bíblia relata que Pilatos não havia
encontrado motivo alguma para punir a Jesus. Porém, como era ocasião da Festa
dos Pães Asmos e tinha-se como costume nessa festa libertar um prisioneiro, ele
decide levar Jesus e um outro prisioneiro, que tinha por nome Barrabás, para
apreciação popular, na esperança de libertar Jesus. Contudo, “os principais
sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse
morrer Jesus” (Mateus 27:20). Nesse texto, a palavra persuadir se
destaca. No entanto, o que é persuadir? Segundo o dicionário, persuadir
significa levar alguém a acreditar em
algo; convencer através do argumento. Contudo, quando observamos o
desenrolar do julgamento de Jesus identificamos que essa palavra sugere o termo
engano.
Ou seja, o povo foi levado a acreditar em algo que não era verdadeiro; foi
levado a acreditar que o homicida, Barrabás, era melhor de que o autor da vida.
Hoje não é diferente, o povo
continua sendo enganado. Basta apenas surgir um noticiário bombástico na TV que
o povo o encara como a verdade mais pura. Como esse povo é facilmente
manipulado! Para não ficar sem exemplo, basta-nos observar a pequena guerra
travada entre a Globo e a Record recentemente. Daí as massas já passam a declarar:
Todo pastor é ladrão e doto crente é besta! Parece mentira, mas essas
declarações irrefletidas surgem. Entretanto, o engano não tem atingido somente
o mundo, mas também as igrejas, ou melhor, as massas religiosas. Então
poderíamos assim classificá-las: as igrejas do engano. O que seria, você
poderia me perguntar, uma igreja do engano? Seria uma igreja que despreza as
boas novas de salvação, devido à manipulação de seus mestres, para pregar
outras coisas - É bem verdade que essas coisas são muitas vezes importantes,
mas não devem substituir a pregação genuína do evangelho. Você me entender?
Explico. O que João Batista pregava? O
que Jesus pregava? O que os apóstolos pregavam? O que a igreja primitiva
pregava? A Bíblia diz que eles pregavam “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”
(Mateus 3:2). “Em
verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus” (João 3:3). “(...) pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”
(Romanos 3:23). No entanto, o que vemos hoje, pelo menos no Brasil, as massas
pregando é: venha para cá e você será curado; venha para a terapia do amor;
venha receber a benção; temos óleo, a rosa, o lenço, o manto, a fogueira e a
água. Não fazem mais cultos, mas reunião. Assim, tem-se reunião dos
empresários, dos moto-taxistas, dos skitistas, da vitória; da família. Isso é
muito diferente do evangelho pregado por Jesus e seus seguidores. Não podemos
concordar com isso, porque as boas novas para salvação é o que deve preceder
todas essas coisas. Foi justamente isso que Jesus afirmou: “buscai, pois, em
primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mateus 6:33). Isso quer dizer que o reino é
prioridade em nossa vida. Contudo “o diabo que é o pai da mentira e nunca se firmou na verdade”
(João 8:44) tem manipulado e “cegado ao entendimento de multidões para ficarem obscurecidas
quanto à verdadeira luz do evangelho” (2ª Coríntios 4:4). Assim
caminha a multidão, sendo engana, é isso que você quer para sua vida?
A multidão não conhece bem os reais motivos
do todo e também não é de confiança.
Certa
oportunidade Jesus perguntou a um de seus discípulos o que o povo dizia a
respeito dele. Os discípulos falaram que o consideravam como um profeta. É bem
verdade que Jesus era um profeta, porém era muito mais do que isso. Hoje, se
fizermos a mesma pergunta em diferentes locais teremos um tipo de resposta
parecida. Uns dirão, é um mestre; outros, um espírito evoluído; ainda outro, um
senhor da moral. Que surpreendente! Como as respostas se parecem! Assim, posso
dizer: Não podemos nos dirigir pelo diagnóstico das multidões, pois a mesma
erra. Ou seja, eles não conhecem bem os motivos das coisas. Por outro lado,
além de não conhecerem direito à situação a multidão não merece confiança. Você
já observou algumas cenas de protestos na TV? Com elas podemos aprender muita
coisa sobre como não confiar na multidão. Ali, os manifestantes se aglomeram
incitando a força policial, porém quando os policiais avançam, todos correm;
ficando somente aqueles que acreditaram que a multidão ia participar de um
enfrentamento com a polícia. Isso também aconteceu nos tempos bíblicos. Jesus
foi abandonado pela maioria de seus seguidores quando lhes dirige uma palavra
mais dura e por fim foi completamente abandonado quando de sua morte na cruz do
calvário. Assim caminha a multidão, sem merecer confiança e fugindo na hora h,
é isso que você quer para sua vida?
A multidão vive em desobediência as leis de
Deus.
A história Bíblia sempre fez questão
de registrar que a maioria, ou melhor, as multidões sempre estiveram em
desobediência, isto é, não dando ouvidos ao que Deus determinara; as suas leis.
O primeiro relato encontra-se em Gênesis 6:5: “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia
multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”.
Contudo, esse é apenas um exemplo. Ainda no livro de Gênesis temos a multidão
se reunindo para mais uma vez afrontar as determinações do Senhor do universo:
“Vinde,
edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e
tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra”
(Gênesis 11:4). Já nas terras de Cades, oportunidade em que o profeta Moisés
envia doze espias para trazem relatos da terra a que Deus lhes dera por herança
e assim a possuíssem, vemos as multidões mais uma vez rejeitando a voz de Deus
e ouvido a voz de dez espias que diziam: “Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte
do que nós” (Números 13: 31). Relatos iguais a esses são encontrados
por toda a Bíblia, onde a multidão preferiu estar debaixo de uma vida de
pecado, de uma vida de desobediência a Deus.
Hoje não é diferente. O mundo, isto é, esse sistema que ai se encontra
tem em seus “corações
maus pensamentos, crimes de morte, adultérios, imoralidades sexuais, roubos,
mentiras e calunias” (Mateus 15:19). João resume isso dizendo que “O mundo jaz no
maligno”. (1ª João 5:19). Paulo os classifica como: cegos pelo deus
desse século. E que “por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Colossenses 3:6). Assim, o destino dos que preferem andar no
caminho do pecado é escutar no dia do juízo de Deus a seguinte frase: “apartai-vos de mim
os que praticai a iniqüidade” (Mateus 7:23). Essa frase representa a
colheita de uma vida de pecado. Primeiro a morte espiritual, corte de relação
com Deus. Segundo, a morte física. E por último a morte eterna, ou seja,
afastada eternamente de Deus. Sabe o que é isso? Sofrimento, pois o homem não
foi feito para viver longe de Deus. Assim caminha a multidão, vivendo no pecado
sujeita ao castigo de Deus, é isso que você quer para sua vida?
Hoje você pode deixar de seguir a multidão
e seguir a Cristo.
Você viu no início dessa mensagem
que a multidão não tem identidade fixa, que é facilmente enganada, que não
merece confiança, não conhece a verdade e esta debaixo da ira de Deus por viver
uma vida de pecado. Assim, seguir a multidão é algo bastante perigoso, pois
leva aos seus integrantes a não desfrutarem das bênçãos de Deus como se pode
ver em diversos relatos bíblicos. Contudo, hoje você pode deixa de seguir a
multidão e seguir a Jesus que é o próprio caminho, verdade e vida. Para isso
você basta apenas reconhecer que tem andado juntamente com a multidão, se
arrepender e por fim reconhecer que só o sacrifício de Jesus pode livrá-lo
desse destino que tem levado multidões. Que Deus te abençoe e te guarde.
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