Pensando um pouco sobre
nossa História Batista Nacional, lembro-me do meu encontro com o Dr. Ademar,
pastor pentecostal, dentista lá do bairro do Recife Velho, da rua atrás da
Assembleia Legislativa de Pernambuco; com o Dr. Hélio Vidal de Freitas, pastor
batista, engenheiro civil, da Primeira Igreja Batista do Recife; com o Pr.
Enock Mendes das Neves, de algumas igrejas nos arredores da Capital; com o Pr.
Eclésio Menezes de Lima, da então pequenina Igreja Batista de Jardim São Paulo;
com o Pr. Natalício Martins; com o Pr. Pedro Andrade, da Igreja do Bongi; com o
Pr. Josué Santana, grande pastor da Nova Descoberta, outro bairro populoso do
Recife; com o Pr. Rosivaldo de Araújo, da Batista de Casa Amarela; e vários
outros obreiros e irmãos em geral no Horto Florestal chamado (Dois Irmãos?).
Todos, ali, no meio da mata assentados, em pé, ou deitados, rostos banhados de
lágrimas, gemendo aos pés de Deus, em súplicas ardentes pró-avivamento do
Brasil. Era 1964. Fervilhava, por toda a parte, o buscar de algo novo para a
Igreja do Senhor naqueles dias. Havia um mover das águas entre corações
sinceros que esperavam algo de especial de Deus. Na verdade, não sabíamos como
seria aquele agir divino; entretanto, sabíamos o que buscávamos. A história dos
avivamentos da Inglaterra, dos Estados Unidos, do País de Gales, da China e de
vários outros lugares nos indicava o caminho a seguir. Ali estávamos no meio da
floresta, num lugar à parte, buscando Deus. Confesso que, no início, fiquei
meio atordoado vendo aqueles homenzarrões chorando e soluçando em alta voz.
Alguns gritando e outros até rolando na folhagem. Também, ajoelhado entre eles,
procurei buscar a face do Senhor. A experiência foi se repetindo
sistematicamente e, em pouco tempo, já contávamos com um grupo coeso em torno
de um só propósito: buscar um genuíno avivamento. Uma grande renovação
espiritual para nossas vidas e igrejas. Queríamos BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO,
dons espirituais, curas divinas, operação de maravilhas, sinais e prodígios.
Como seria? O que deveríamos fazer? Era meio difícil de entender, pois o nosso
grupo era composto de pentecostais, batistas, congregacionais, presbiterianos;
cada um tinha uma opinião ou visão diferente. Uns diziam que deveríamos saudar
com a paz do Senhor; outros, não; uns achavam que deveríamos gritar bem alto;
outros rejeitavam esse procedimento; e, assim, fomos convivendo no meio deste
santo turbilhão.
Surgiu a notícia de que em
Belo Horizonte, teríamos o 1º Encontro de Renovação Espiritual, na Igreja
Batista da Floresta em Julho de 1964. Formamos uma caravana terrestre, de
Recife à Capital Mineira. Naquela época as estradas do Nordeste para o Sul eram
precaríssimas. Mesmo assim, enfrentamos a realidade. Inicialmente, lotamos o
ônibus que nos levaria a Belo Horizonte. Todavia, na hora da partida, muitos
desistiram da viagem. Com estávamos no propósito de ir, saímos com a metade dos
passageiros. Coube a mim a responsabilidade de ser o tesoureiro, o cobrador do
ônibus. Fomos pegando passageiros ao longo da estrada, para completar o preço
do contrato da viagem. A excursão tornou-se um empreendimento evangelístico,
pois a medida que recebíamos um novo passageiro, era nova oportunidade de
apresentar-lhe o evangelho de Cristo. Muitos receberam o Salvador naquela
abençoada caravana. A bem da verda de foi levantada uma oferta no Encontro para
que pudéssemos voltar à nossa cidade. Transcorreu o encontro de maneira
inusitada. Havia gente de todo o Brasil. Todos ávidos por uma novidade especial
dos céus. Sem dúvidas, ouvimos mensagens nunca dantes ouvidas, testemunhos
extraordinários, o operar avassalador e gigantesco do Espírito Santo. Foi ali o
início do deslumbrar de algo diferente para centenas e centenas de servos do
Deus altíssimo que estavam sedentos do mosto divino. Como eu, por exemplo.
Tanto é que no dia 26 de Julho, no templo da Igreja Batista da lagoinha, às
10h30min, fui gloriosamente batizado com o Espírito Santo, enquanto o Pr.
Rosivaldo pregava, baseado em 1 Coríntios 13.Era um a manhã radiante de
domingo. Aquele dia tornou-se o mais lindo dos dias da minha vida. Nunca o sol
foi tão claro, a brisa tão suave, as flores mais perfumosas, as faces das
pessoas tão belas. Maravilha! Experiência esplêndida. Saí do templo uma loja
alugada, andei pelas ruas como que voando até chegar ao alto da Floresta,
bairro onde estava hospedado. Contei a todos o ocorrido, abracei-os e chorei
muito. Glorifiquei grandemente ao meu Deus, por ter alcançado o que estava
buscando. Da mesma forma, centenas de outras pessoas. Findo o encontro , todos
retornaram para seus Estados, Cidades, Igrejas. Os feitos daquele maravilhoso
1° Encontro, logo se fizeram sentir. Os líderes denominacionais começara m a se
movimentar. As convenções também se armaram para aquilo que diziam: a defesa da
sã doutrina?
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