Por que existe Natal?


Estamos nos aproximando de mais um Natal. As cidades já se encontram iluminadas, o comércio, apesar da crise, tem melhorado o seu ritmo, o papai Noel também já tem ocupado o seu lugar de bom velhinho nas inúmeras praças dos muitos shoppings espalhados pelo país, presentes estão sendo comprados e trocados e um espírito de alegria, solidariedade e esperança parece surgir como uma espécie de planta que protegeu o profeta Jonas no coração de cada homem e mulher de nossa nação. 

A despeito desse clima natalino, o Natal parece uma festa destituída de seu verdadeiro significado, pois grande parcela dos cristãos brasileiros – e há quem diga que no Brasil temos mais de 80% de cristãos – parece não encontrar uma explicação cristã para aquela que é, sem sombra de dúvida, uma das festas mais importantes do calendário cristão.

Conquanto muitos cristãos não encontrem uma explicação satisfatória para a existência do Natal, as Escrituras Sagradas nos permitem entender que por trás do Natal existe uma série de razões.


1)      O Natal existe por causa do pecado.


No Natal celebramos, como todos sabem, o nascimento de Cristo Jesus; o verbo que se fez carne. A entrada do filho de Deus no mundo, contudo, não fora fruto do acaso, mas possuía uma missão, pois como disse o anjo do Senhor a José, a sua esposa, Maria, “dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21).

Quando olhamos para o nascimento de Jesus segundo essa perspectiva, só nos restar entender que o Natal só é uma realidade por causa de nossa pecaminosidade; porque o pecado, por meio da transgressão de Adão e Eva, nossos primeiros pais, se tornou algo real em nossas vidas e somente Jesus pode nos resgatar desse estado de perdição, pois ele veio “salvar o que estava perdido” (Mt 18:11) e ofertar vida abundante (Jo 10:10).

2)      O Natal existe porque o pecado não pegou Deus de surpresa.
Embora o pecado tenha se tornado uma realidade, as Escrituras deixam claro que a Queda do primeiro casal não pegou Deus de surpresa. Noutras palavras, quando Adão e Eva comeram da árvore do conhecimento do bem e do mal em desobediência ao seu Senhor e Criador e caíram daquele estado santo e feliz no qual foram criados e, por consequência, também lançaram toda a humanidade em pecado e rebelião contra Deus, eles não estavam pegando Deus de surpresa, visto que o sangue do cordeiro é conhecido antes da fundação do mundo (1 Pe 2.18-20) e a eleição de pecadores não ocorrerá no tempo, mas antes dos tempos eternos (2 Tm 1.9).

O natal, portanto, não é um plano B. Por mais difícil que pareça compreender a dimensão do nascimento de nosso redentor segundo esses textos bíblicos, é justamente isso que eles têm a nos dizer. A razão para isso é que o pecado não pegou Deus de surpresa, pois antes da enfermidade que abateu toda a humanidade já existia a cura.

3)      O Natal existe porque Deus é fiel.

Há entre os homens a ideia de que Deus tem o dever de oferecer salvação a todas as pessoas do mundo para manter a sua reputação de um Deus justo, santo e bom. A verdade, no entanto, é que quando o homem se tornou pecador, a única coisa que deveria receber de Deus como salário era a morte, pois, como bem entendeu o apóstolo Paulo, “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

Embora essa fosse a verdadeira colheita a ser ceifada pelo homem, a Bíblia nos ensina que Deus no momento que julga o pecado de suas primeiras criaturas agiu com misericórdia lhes fazendo uma promessa: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Os teólogos chamam essa promessa de proto-evangelho porque entendem que nessa passagem há a boa notícia do nascimento do redentor; aquele que finalmente destruiria as obras do diabo (1 João 3:8). Assim, somos levados a compreender, a partir desse texto, que o nascimento de nosso redentor só se tornara real porque o Deus que prometera fora fiel para cumprir a sua promessa. Ele agiu para que na plenitude do tempo o seu Filho nascesse da semente da mulher e resgatasse o homem da morte (Gl 4:4).

4)      O Natal existe porque Deus é amor.
O Natal tem se tornado em nossos dias quase sinônimo de trocas de presentes. Não podemos negar que essa é uma ideia que está na gênese do Natal, pois, verdadeiramente, o nascimento de Cristo é um presente. O presente, como narra o apóstolo João, de um “Deus de amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16).

Olhar para o Natal, a partir dessas lentes, é ver coração do Pai; é entrar no ambiente mais íntimo da trindade santa e perceber que na essência do Deus de amor esta a esperança de um novo recomeço para as nossas vidas. Que o Natal é um ponto próximo à curva onde vemos o Deus de amor, não pego de surpresa, agindo na história para trazer vida e esperança àqueles que se perderam pela estrada da vida.

Postar um comentário

0 Comentários