A doutrina do
Espírito Santo se tornou um divisor de águas na história recente da igreja,
visto que, por essa doutrina, uns são taxadas de renovados, outros de
tradicionais, alguns são percebidos como crentes de fogo, enquanto outros
recebem o rótulo de frios.
Dada essa dificuldade, iniciamos com esse
texto uma pequena série de estudos sobre a doutrina do Espírito Santo, tomando
como ponto de partida uma temática geralmente esquecida no trato desse assunto em
nossos dias: a promessa!
O Espírito Santo é promessa de Deus.
A Bíblia relata em diversas passagens essa
promessa de Deus. O profeta Isaias a registra em duas oportunidades. A primeira
em Isaias 32:15 e a segunda em Isaias 44:3. Em seguida, Ezequiel, a registra
quando faz menção a restauração de Israel declarando: “Então, aspergirei
água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de
todos os vossos ídolos vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro
de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de
carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”. (Ez 36: 25-27).
Seguindo esse mesmo ritmo, o profeta Joel, no capítulo 2, versos 28 e 29, nos
brinda com outra rica referência a essa promessa, a qual é lembrada por Pedro
no dia de Pentecostes.
Também se vê o ecoar dessa promessa nas
páginas do Novo Testamento. Já de início temos o próprio João Batista
declarando: “Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que
vem depois de mim é mais poderoso de que eu, cujas sandálias não sou digno de
levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Mt 3:11). De
modo semelhante, Jesus, em diversas oportunidade fez menção ao derramar do
Espírito Santo sobre a vida de seus discípulos. Quando vivo, falava da
necessidade de sua ida para o Pai, para que assim o consolador fosse enviado, o
Espírito da Verdade (Jo 14: 16-17 e 26; Jo 16: 5-14). E quando ressurreto, os
fazia lembra dessas promessas. Lucas, no livro de Atos, registra uma ocasião na
qual Jesus lembra seus discípulos da promessa do Espírito Santo: “E,
comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. Porque João,
na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo,
não muito depois destes dias” (At 1:4-5).
O Espírito Santo é promessa de Deus para todos os seus filhos
No dia de Pentecostes, festa que celebra
as boas colheitas, diante de judeus zombadores e de judeus perplexos, com o que
eles estavam presenciando, o apóstolo Pedro os adverte dizendo que o que eles
estavam a presenciar é o que fora dito pelo profeta Joel (At 2:14-18),
isto é, “E acontecerá, depois, que derramarei o meu
Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos
velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as
servas derramarei o meu Espírito naqueles dias” (Jl 2: 28-29). Esse
texto demonstra a abrangência da promessa de Deus. Ela não se limita a um povo
em especial, não se limita a uma idade em particular ou a um grupo social
privilegiado. Muito pelo contrário, Deus derramaria de seu espírito sobre toda
a carne. Esse sempre foi o propósito de Deus, isto é, abençoar a
humanidade. Isso nos faz relembrar de quando Deus chama a Abraão de Ur do
Caldeus. Naquela oportunidade vê-se de modo extremamente claro esse propósito
de Deus. Ele diz: “... Em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:
4b).
É preciso, assim, resgatar o entendimento
de que o Espírito Santo em plenitude, isto é, uma vida cheia do Espírito é uma
promessa de Deus para a vida de sua igreja. E nós sabemos que para Deus não
haverá impossíveis em todas as suas promessas!
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