Fazer missões é...



Jesus quando disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.18-20), não estava falando as organizações não governamentais; as empresas que desenvolvem projetos sociais; aos grupos sindicais; ao sistema educacional regular; aos governantes de nosso país ou qualquer grupo para-eclesiástico, apesar, no caso deste último, reconhecermos sua grande contribuição para o evangelho. Jesus estava dirigindo essas palavras para sua igreja. Para mim e para você, membros de seu corpo, pelos quais ele deseja agir. Assim, missões é a palavra de Deus dirigida para os seus discípulos, nós. É só dessa forma, ao analisamos textos fundamentais de Jesus sobre missões, como Mateus 28.18-20 e Mc 16.15-16, que podemos entender isso, que vou chamar aqui, nesse momento, de o nosso papel. Não existe uma interpretação mais cômoda, confortável. Quando você é iluminado pelo Espírito Santo e crer que Jesus Cristo, o filho de Deus, é o caminho, e a verdade, e a vida, e ninguém vem ao Pai a não ser por ele, imediatamente você também deve dar ouvido ao seu ide. Entretanto, embora saibamos que a palavra de Jesus, em termos de missões, é dirigida a nós; fazer missões é?

Tomando como base o texto que lemos e que já vem sendo desenvolvido acima, podemos inferir do texto bíblico o primeiro ponto de nossa reflexão: missão é nossa responsabilidade intransferível. Assim, tenha sempre em mente que você é um missionário. Foi o próprio Jesus quem o comissionou através de sua palavra e do ministério apostólico. Portanto, não podemos transferir essa responsabilidade. Hoje, infelizmente, temos dentro das igrejas um argumento que colabora com isso. Já ouvi muitos pastores dizendo que podemos fazer missões de três formas. Em suas palavras, dizem que podemos fazer missões: “indo, orando e contribuindo”. Isso é algo errado! Não está de acordo com a palavra de Deus. Esse posicionamento fragmenta a atividade missionária da igreja e pode levar-nos, como de fato já ocorre na maioria das igrejas, a uma atitude pouco produtiva e conformista por nossa parte. Ou seja, muitos irmãos podem, por estarem orando ou contribuindo, achar que já tem feito missões.  tem feito missindo ou contribuindo, achar que juco produtiva r de processo missiona 

Para corrigirmos esse ensino, que dado o mau entendimento de alguns pastores encontrou morada no seio de nossas igrejas, devemos passar a praticarmos missões como Jesus a ensinou. Não como um processo fragmentado que divide os membros de nossas igrejas em três grupos: “aqueles que vão, aqueles que dão e aqueles que oram”, pois Jesus ao falar de missões não o fez assim. No ensino de Jesus, missões é algo visto como se desenvolvendo de modo integral, não fragmentado e simultâneo. Ele diz aos seus discípulos: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

Observe que nas palavras de Jesus não existem as figuras isoladas, do que vou chamar aqui, de enviados, contribuidores e intercessores. Portanto, podemos concluir que essa ideia, muito comum em nossas igrejas, contraria e muito o ensino de nosso senhor.   

            Qual seria então o ensino de Jesus a esse respeito? Como disse anteriormente, no ensino de Jesus, missões é algo que deve ser feito pela igreja. É sua responsabilidade e da qual não pode se esquivar, transferir nem fragmentar. Dessa maneira, todo discípulo de Jesus, ao mesmo tempo, é um enviado, um contribuidor e um intercessor. Esse é o entendimento correto do ensino de Jesus, o qual ele desenvolve nos evangelhos através do chamado para pescar homens, de tomar a sua cruz e segui-lo, de negar-se a si mesmo, de por a mão no arado e não mais olhar para trás e finalmente através do ide.  

Isso tudo não indica que devamos deixar agora nossas igrejas locais e nos embreamos nos campos missionários. Se isso você se propuser a fazer, só demonstra que não entendeu o que venho aqui falando nem tão pouco o que é campo missionário. A passagem de Atos que lemos acima nos ajuda mais uma vez a entendermos a questão. Nela Jesus disse que seríamos suas testemunhas não apenas em Jerusalém, mas também Judéia e Samaria e até os confins da terra. Assim, a nossa responsabilidade missionária como igreja visa atingir o mundo. Ele é o nosso campo.  

Isso contraria a visão de muitos grupos evangélicos, pois estão condicionadas a pensarem que o campo missionário é exclusivamente aquele local distante e cheio de dificuldades onde algum casal de irmãos vivem a pregar o evangelho e são carentes de nossa ajuda financeira e orações, e assim, não veem, como nos deixa claro o texto de Atos, que Jerusalém também é campo.

Creio ser esse um dos frutos do ensino errado propagado sobre missões em nossas igrejas. Que Deus nos ajude a não fazer missões apenas indo, ou orando ou contribuindo, mas indo, e orando e contribuído, pois creio que esse é o seu propósito externado tanto no ide como em outras passagens bíblicas.

Nesse momento, não que tenha esgotado o assunto anterior, todavia, muito mais como uma necessidade de tratar adequadamente as consequências desse ensino equivocado que muitas vezes circula por nossas igrejas a respeito de missões, passo agora a refletir sobre um segundo ponto: Fazes Missões é algo que deve ser feito sob autoridade de nosso senhor Jesus Cristo. Observe que são essas as palavras introdutórias de Jesus antes de enviar os seus discípulos aos campos missionários, conforme registra Mateus 10.1: “Chamando os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade”. De modo semelhante Jesus procede em Mateus 28.18: “Foi me dada toda a autoridade nos céus e na terra, ide, portanto...”.     

O que tudo isso quer dizer? Além de reafirmar, em certo sentido, aquilo que já falamos anteriormente, isto é, fazer missão é responsabilidade intransferível dada por Deus à igreja, nos mostra também que não existem super-crentes, ou seja, um grupo de crente especialmente preparado para fazer missões. Assim, não me venha mais com aquelas desculpas esfarrapadas de que não sabe falar; de que não sabe muito bem a Bíblia ou que Deus não o chamou para isso, mas apenas para cantar na equipe de louvor. Por outro lado, lembre-se sempre de que Jesus quando fez a escolha de seus discípulos, aos olhos humanos, não chamou os mais preparados. E que ao enviá-los deu-lhes autoridade.

Essa mesma autoridade repousa sobre a vida da igreja de Cristo Jesus nos dias de hoje. Ela é edificada sobre Ele, a pedra, e justamente por isso “as portas do inferno não (prevalecem e nem) prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Isso não é apenas uma promessa, mas algo que tem se cumprido durante os séculos a fora. Quantos já tentaram destruir a igreja. Riscá-la do mapa. Contudo, nunca conseguiram e nem conseguirão. Você nunca se perguntou: por quê? Creio que a reposta está nesse versículo que acabamos de ler. Ele fala do fundamento da igreja. Daquilo que a sustenta. Do que lhe confere autoridade para continuar prevalecendo sobre as portas do inferno. 

Para alguns, isso pode trazer medo, isso porque expõe de imediato um confronto no mundo muito claro entre a igreja de Cristo e as ordens satânicas. Entretanto, não julgo ser essa a posição mais acertada, pois o mesmo texto nos assegura, como igreja, uma promessa de vitória constante. 

Esse deve ser o nosso entendimento. Nós não estamos indo porque queremos ou somos bons. Fomos enviados e quem nos enviou nos dotou de autoridade. Isso nos faz deixar de lado todo orgulho e presunção e confiarmos única e exclusivamente naquele que nos tem comissionado para tal obra. 

Para ilustrar isso, embora para alguns, em certo sentido, fuja ao nosso contexto, gostaria de relembrar-lhe uma história. Lucas registra no livro de Atos dos Apóstolos 19.13-19 a história dos filhos de um judeu chamado Ceva. Conta-nos a história que eles tentaram “invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega”. Mas como não conheciam a Jesus e nem estavam sob sua autoridade, “o espírito maligno lhes respondeu: Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”. A reposta natural a essa pergunta seria uma espécie de paráfrase as avessas do texto de Mateus 10.1: “São pessoas que não são igreja, sem a autoridade da pedra fundamental, se metendo a expulsar demônios”.

Autoridade, entre alguns sentidos, é representar alguém. Como indica o texto, os filhos de Ceva não eram representantes de Jesus. E é justamente nesse ponto que o texto nos comunica algo surpreendente: “sei quem é Paulo”. Isso indica que os espíritos malignos sabiam que Paulo era um representante autorizado de Cristo; um servo com autoridade de seu senhor. Essa não era a situação dos filhos de Ceva. Eles estavam querendo fazer algo para o qual não tinham poder. Assim, o óbvio aconteceu; “o possesso do espírito maligno saltou sobre eles, subjugando a todos, e, de tal modo prevaleceu contra eles, que, desnudos e feridos, fugiram daquela casa”. E isso “Chegou este fato ao conhecimento de todos, assim judeus como gregos habitantes de Éfeso”.

Com essa história não quero lhe meter medo, mas lhe encorajar a desfrutar da autoridade que você, como igreja, tem em Cristo Jesus e não fazer, como certas irmãs da igreja em que congregava; não trabalhavam intensamente na obra de Deus, pois diziam que as lutas com o inimigo aumentavam. Para isso tenha em mente que ser conhecido pelo mundo maligno não fez de Paulo um crente medroso, mas alguém que prosseguia sempre em frente implantando igrejas aonde o Espírito Santo o permitia chegarimpllantando a em mente que le que me fortalece ( Jesusubmiss.

Nesse ponto, podemos passar a refletir sobre mais um aspecto da ação missionária da igreja. Tomando como base o texto que lemos, assim como o trabalho missionário do apóstolo Paulo, entendemos que fazer missões é algo que deve ser dirigido a todas as nações. Esse é um aspecto fundamental, pois fala do raio de abrangência da ação missionária em termos de pessoas, assim como da emergência com que o evangelho deve ser apresentado a essas pessoas. Logo, nesse sentido, todos são importantes; não importa aspectos econômicos, raciais, sociais ou quaisquer que sejam.  Contudo, não é isso que temos visto na prática. Na realidade o que temos presenciado é uma exacerbada concentração de igrejas nos grandes centros urbanos e uma crescente disputa por popularidade na TV.

Para ilustrar o primeiro ponto, gostaria de mencionar uma pequena experiência que desfruto todos os finais de semana, desde o ano de 2007. Esse foi o ano no qual eu e minha esposa iniciamos um trabalho missionário na zona rural de Vitória de Santo Antão, município distante cerca de 50 km da capital pernambucana. A experiência se dá no retorno a minha casa domingo à noite, no Recife. Quando entro na Avenida Liberdade, infelizmente, tenho o desprazer de encontrar com aproximadamente dez igrejas em pleno funcionamento. Muitas vezes, uma de frente para outra; uma do lado da outra, enquanto o sertão pernambucano precisa escutar a palavra de Deus. Igrejas que pescam em aquários, enquanto o agreste pernambucano é um mar de gente que precisa escutar a palavra de Deus. Igrejas que medem o sucesso uma das outras pela frequência, enquanto a zona da mata precisa escutar a palavra de Deus.

Às vezes me pergunto: por que as igrejas, em sua maioria, não se interessam em missões em áreas rurais? Seria o comodismo? Seria o conforto da cidade? Seria a pouca atratividade econômica? (Será que se existe dinheiro no sertão como nas cidades, teríamos apóstolos sertanejos?) Na realidade todos esses podem ser, de certa forma, um fator que tem afastado as igrejas do campo missionário como um todo, e limitado a sua ação apenas aos grandes centros urbanos. Contudo, o verdadeiro motivo ou o motivo fundamental é que a igreja tem desprezado a Palavra de Deus. Esqueceu as inspiradas palavras de Jesus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”. E que Deus amou o mundo, sendo Jesus, o resultado, ou melhor, ação de Deus em beneficio do mundo que ele amou.

Entretanto, algo extremamente horrível ocorre quando a igreja se esquece das palavras de Jesus. Ela perde a vida, pois como diz Pedro, só as palavras Dele é fonte de vida eterna. Pode até ter belos templos e longos programas na TV, mas não tem uma mensagem que penetra os corações como a mensagem pregada por Pedro no dia de Pentecostes. Pode até ter pompa e glamour, mas aos olhos de Deus é miserável, pobre, cego e nua, como a igreja de Laudicéia. Pode até estar cheia, mas não tem comunhão, partir do pão e não cai na graça do povo.    

Antes de finalizar, pergunto: você reconhece a atividade missionária como uma responsabilidade sua e que isso fora dado por Deus? Reconhece que essa é uma atividade intransferível e inadiável? Reconhece que deve fazer missões sob autoridade de Cristo Jesus, observando também a abrangência e emergência da missão? Cosa você, pela graça de Deus, já faça isso, amem. Caso você não faça vamos agora curvar as nossas cabeças rogando a Deus o perdão por nossas faltas em nome de Jesus. 

Postar um comentário

0 Comentários