A suficiência das Escrituras na tradição batista

Hebert Leonardo Borges de Souza[1]
RESUMO:
            A igreja brasileira tem experimentado, nas últimas décadas, um extraordinário crescimento. Infelizmente, o crescimento da igreja no Brasil está muito mais fundamentando em técnicas e ideias humanas do que na Palavra de Deus. O propósito desse artigo é justamente demonstrar que o povo batista, a semelhança de outras tradições cristãs históricas, diferente da tendência cristã pós-moderna, assumira que a Escritura é a regra de fé e conduta suficiente para dirigir as suas vidas.  

PALAVRAS-CHAVE: Batista. Confessionalidade. Suficiências das Escrituras.

1. Introdução
            Estamos vivendo num tempo de crescente desprezo para com a Palavra de Deus e fortalecimento das tradições ou ideias humanas dentro do cenário eclesiástico brasileiro. Por outro lado, por incrível que possa parecer, temos uma igreja numericamente grande e aparentemente saudável. O trajeto eclesial que temos em nossos dias, portanto, não difere, em grande medida, daquele vivido pela igreja romana no período medieval, um caminho de abandono e desprezo para com a Escritura Sagrada.
            Esta realidade experimentada pela igreja em nossos dias é sentida pelo povo de Deus que clama e luta para que a igreja na atualidade venha se voltar novamente para a Escritura Sagrada como única regra de fé e prática; um retorno, portanto, a fonte de sua própria gênese como povo que fora gerado e iluminado por Deus para reconhecer a sua Palavra como verdade suficiente para dirigir a sua vida.
            O propósito de nosso trabalho é, especificamente, observar esta doutrina fundamental do protestantismo na tradição batista, ou melhor, demonstrar que o povo batista ao longo de sua caminhada de fé defendeu a Escritura como única regra de fé e prática, conforme verificaremos em alguns dos seus principais documentos preservados na estrutura confessional das duas maiores convenções batistas no Brasil, a Convenção Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional. Antes, contudo, faremos uma breve introdução sobre a origem dos batistas a fim de demonstrar o alinhamento deste importante grupo cristão com os movimentos de reforma que se fizeram presente na igreja inglesa no século XVII. 
            Acreditamos que está é uma reflexão de extrema importância para povo batista, pois ao revisitar a história de nossos pais temos os elementos para preservar a nossa identidade em tempos de crise e desprezo para com a autoridade e suficiência das Escrituras como o que estamos vivendo no cenário evangélico brasileiro.

2. Uma breve história dos batistas.
            Uma publicação de 2010 da Convenção Batista Brasileira indicava que os batistas, naquele ano, estavam “presentes em mais de 200 países e representam uma população de mais de 46 milhões de membros, com cerca de 180 mil igrejas, e atingem 150 milhões de pessoas no mundo inteiro[2]. No Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística compilados pelo Bureau de Pesquisa e Estatística Cristã, os batistas somavam, também em 2010, quase quatro milhões de membros[3], sendo, desse modo, o mais numeroso grupo oriundo do protestantismo de missão em nossas terras.
            Este imenso grupo de cristãos, de acordo com o pastor norte americano J. M. Carroll, surgiu ainda no primeiro século com João Batista e Jesus, bem como esteve presente em toda a história da igreja nos diversos grupos dissidentes do cristianismo majoritário. Carroll conta esta história num pequeno livro intitulado “O rastro de sangue”; uma obra que teve muita influência entre os primeiros missionários batistas que vieram ao Brasil e que, em grande medida, ainda influencia a forma de contar a história dos batistas na atualidade.
            O trabalho do Dr. J. M. Carroll é extremamente interessante, pois, com grande poder de síntese, ele narra toda a história cristã desde os seus primeiros dias até a implantação do cristianismo na América do Norte no século XVII. Além disso, há em sua obra um extenso número de informações sobre os desvios doutrinários cometidos pela igreja romana ao longo de sua trajetória.
            O grande problema com o trabalho de Carroll é identificar os batistas da atualidade, numa linha de sucessão ininterrupta com os anabatistas, valdenses, cátaros, albigenses, bogomilos, paulicianos, donatistas, novacianos, montanistas e outros grupos dissidentes até a igreja apostólica.
            Também desprovida de fundamento histórico é a ideia de que os batistas tiveram a sua origem nos movimentos de reforma radical do século XVI. Essa teoria é conhecida como teoria do parentesco espiritual e tenta alinhar os batistas da atualidade com os diferentes grupos anabatistas que surgiram no solo europeu antes e durante o período da Reforma Protestante; uma tentativa extremamente ousada, pois, dentro de uma visão otimista, “Há pelo menos quatro tipos de radicais neste período: anabatistas ou bíblicos, quiliastas ou melenaristas, místicos ou espiritualistas e racionalistas ou antitrinitários[4].
            Uma terceira teoria advoga que os batistas surgiram dos movimentos Puritanos e Separatistas que sacudiram a Inglaterra no século XVII. Segundo o pastor batista Wilson Porte, “Esta é a posição defendida pelos principais historiadores batistas da atualidade”, dentre os quais, encontram-se “Michael A. G. Haykin e Thomas J. Nettles[5]. A esta lista, ainda de acordo com Porte, pode-se acrescentar os nomes de Champlin Burrage, W. T. Whitley, J. H. Shakespeare e B. R. White; historiadores batistas de importantes seminários na Europa e nos Estados Unidos[6].
            No Brasil esta teoria tem sido defendida pelo pastor e historiador batista Zaqueu Moreira de Oliveira; talvez o maior pesquisar brasileiro na atualidade da história do povo batista. O Dr. Zaqueu, como é conhecido, entende que a teoria sucessionista e do parentesco espiritual com os anabatistas carecem de maior fundamento histórico. Por outro lado, afirma que é possível traçar uma linha de continuidade histórica desde o início do movimento batista no século XVII até os nossos dias[7].
            Este mesmo autor ainda observa - o que segundo ele é desconhecido de alguns estudiosos da história - que os batistas surgiram em dois grupos distintos; o primeiro, em 1609, sob a liderança de João Smyty e Tomás Helwys e o segundo, em 1638, sob a liderança de João Spilsbury. Esses dois grupos defendiam os mesmos princípios, mas se distinguiram por conta da doutrina da expiação. O primeiro defendia a expiação limitada e por conta disto ficou conhecido como batista geral; o segundo, por sua vez, entendia que a expiação fora limitada aos eleitos e, por essa razão, recebeu o título de batista particular ou calvinista[8].
            A história batista moderna tem sido associada à tradição batista geral[9]. A razão para isso é que no século XVIII, sob forte influência dos grandes avivamentos, “os batistas passaram de majoritariamente calvinistas para uma maioria de orientação arminiana[10]. A verdade, contudo, é que os batistas modernos devem as suas doutrinas e práticas aos batistas particulares, pois, como bem expõe o historiador batista H. Leon McBeth, os batistas gerais, diferente dos particulares, representaram uma pequena parcela da vida batista na Inglaterra, e uma parcela ainda mais reduzida entre os primeiros batistas na América do Norte[11].
            As confissões de fé são as principais contribuições dos batistas particulares. Dentre elas, dada à intenção de nosso trabalho, merece destaque a Confissão de Fé Batista de Londres de 1689, pois fora esta a confissão adaptada e adotada pelos batistas americanos sob o título de Confissão de Fé Batista de Filadélfia[12], assim como fora ela que servira de base para a importante Confissão de Fé de New Hempshare; uma confissão extremamente reduzida, mas que preservara a essência calvinista da segunda confissão londrina. 
            Essa herança confessional fora trazida pelos primeiros missionários batistas para o Brasil, especificamente por meio da Confissão de Fé de New Hempshare, como podemos perceber na ata de organização da primeira igreja batista em nosso país:

Acta Primeira da Secção de Installação da Primeira Igreja Batista na Cidade da Bahia. No dia 15 de Outubro de 1882 da era christã, estando presentes nesta cidade da Bahia, no logar denominado Canella, às 10 horas da manhã os abaixo assinados, membros da Igreja Baptista de Stª. Bárbara, na província de São Paulo, tendo se retirado d´aquela província para esta, uni-rão-se à Igreja Baptista fazendo a sua installação legalmente. São os seguintes: Senhor. Antônio Teixeira de Albuquerque, Z. C. Taylor, Dª. Catharina Taylor, Senºr. W. B. Bagby, Dª. Anna L. Bagby. Depois de installada a Igreja com os cinco Membros supra mencionados, adaptamos unanimemente a "Confissão de Fé" chama-se The New Hampshire! Confissão de Fé, como praticada geralmente pelas Igrejas Baptistas Missionários...[13]

            Deste importante documento confessional e dos princípios que sempre diferenciaram as igrejas batistas ao longo de sua trajetória histórica podemos traçar o entendimento batista a respeito da suficiência das Escrituras Sagradas. Sem sombra de dúvida, está é uma reflexão de extrema importância para povo batista, pois ao revisitar a posição sustentada por seus pais a respeito da suficiência da Escritura, certamente encontrão a força para manter viva essa posição num tempo de desprezo para com a suficiência da Palavra de Deus.

3. A suficiência das Escrituras na confessionalidade batista.
            A Idade Média fora um período de crescente desprezo para com a autoridade da Palavra de Deus e consolidação das tradições humanas. Na verdade, esse fora um período em que a própria Palavra de Deus fora concebida como uma importante parte da tradição da igreja na determinação da fé do povo de Deus. Por essa razão, as Escrituras Sagradas deveriam se harmonizar ao restante da tradição, pois, interpretadas em torno de si mesmas, eram consideradas insuficientes para conduzir aqueles que desejavam viver sob a vontade de Deus[14].
            Este entendimento desenvolvido pela igreja romana no período medieval a respeito da doutrina da revelação ficara inequivocamente retardado nas declarações do Concílio de Trento no século XVI como se pode perceber naquilo que declarara este concílio sobre os livros sagrados e as ditas tradições apostólicas.           

O Sacrossanto Concílio Ecumênico geral Tridentino, legitimamente reunido no Espírito Santo, coloca diante de seus olhos continuamente que a pureza mesma do Evangelho, eliminados os erros, se conserve na Igreja, o qual, prometido pelos profetas na Sagrada Escritura, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, promulgou então com sua própria boca, em seguida ordenou que fosse pregado a toda criatura pelos apóstolos, como fonte de verdade salutar e dos costumes de disciplina. E considerando que esta verdade e esta regra moral estão contidas nos livros escritos e nas tradições não-escritas que chegaram até nós, ou recebidas pelos apóstolos da boca de Cristo ou transmitidas, como de mão em mão, pelos apóstolos a quem o Espírito Santo as havia ditado; o Concílio, portanto, segundo o exemplo dos Padres ortodoxos, recebe todos os livros, tanto do Antigo como do Novo Testamento, já que o mesmo Deus é autor de ambos, assim como as tradições que dizem respeito, seja à fé, seja aos costumes, enquanto provenientes da mesma boca de Cristo ou ditados pelo Espírito Santo e conservados na Igreja Católica com uma sucessão contínua: o Concílio os recebe e os venera com o mesmo respeito e a mesma piedade[15].                                   

            Como bem reconhecera o Pe. Ari Luís do Vale Ribeiro, neste artigo, ao considerar “que esta verdade e esta regra moral estão contidas nos livros escritos e nas tradições não-escritas que chegaram até nós”, a igreja romana partiu para a formalização da “doutrina das Duas Fontes de Revelação, segundo a qual Escritura e Tradição seriam fontes paralelas da Revelação divina”.[16]
            O Concílio Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII, e celebrado de 1962 a 1965,  buscou superar dentro da igreja romana a doutrina das Duas Fontes de Revelação. Esta superação, segundo o catolicismo, viera por meio da Constituição Dogmática Dei Verbum do Concílio Vaticano II, promulgada em 18 de novembro de 1965[17], a qual chegou à seguinte conclusão a respeito da relação entre a Escritura e a Tradição:

A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual espírito de piedade e reverência.[18] 

            Segundo esta percepção, a Escritura Sagrada e a tradição não são mais concebidas como duas fontes distintas de revelação, mas diferentes modos ou expressões de uma única fonte divina de revelação que tem o seu ponto alto na pessoa e obra de Jesus Cristo, e que se complementam para dar uma melhor expressão do evangelho de nosso Senhor.[19]
         Embora os católicos modernos tenham tentado superar a doutrina das Duas Fontes de Revelação com um retorno à ideia de uma única fonte de revelação, como bem observado por John Frame, a única fonte a que o catolicismo realmente retornara não é a revelação divina preservada na Palavra de Deus, mas a tradição que faz da Escritura Sagrada um dos elementos de sua própria tradição[20].  Desse modo, a igreja romana, em pleno século XXI, ainda continua presa aos mesmos falsos fundamentos que a sustentavam na Idade Média.
            Este pequeno panorama traçado até aqui, por sua vez, nos permite perceber o cerne da Reforma Protestante do século XVI; um retorno à autoridade e suficiência das Escrituras Sagradas para dirigir a vida do povo de Deus, pois “somente a Escritura é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias (=a supremacia das Escrituras). Ela é a norma normanda (“norma determinante”) e não a norma normata (“norma determinada”) para todas as decisões de fé e vida”.[21]
            Esta posição reformada ficara conhecida pela palavra latina Sola Scriptura e marcara profundamente a vida do primeiro reformador alemão Matinho Lutero na Dieta de Worms. Lutero compareceu a esta assembleia para se defender diante Charles V, Santo Imperador Romano, às 16:00 de 17 de abril de 1521. Conta-nos a história que ele fora obrigado a responder duas perguntas. Primeiro, foi lhe perguntado se ele reconhecia os livros sobre a mesa como seus. Segundo, foi lhe dada à oportunidade de responder se ele defendia ou não o que havia escrito.[22]  
            Diante dessa difícil encruzilhada da vida, Lutero, titubeante, como demonstra a resposta abaixo, pede tempo para construir adequadamente a sua resposta à segunda pergunta.

Eu não posso negar que os livros mencionados são meus, e nunca negaria qualquer um deles: eles são minha prole; e escrevi alguns outros que não foram mencionados. Mas, quanto à pergunta, se reafirmarei tudo nos mesmos termos, ou se retratarei o que expressei além da autoridade da Escritura, –– pois o assunto envolve a questão da fé e da salvação das almas, e porque ela diz respeito à Palavra de Deus, que é a maior coisa no céu e na terra, e a qual todos devemos reverenciar, –– seria perigoso e imprudente para eu fazer qualquer declaração não premeditada, pois na fala não premeditada eu posso dizer algo menor do que o fato e algo maior do que a verdade; além do mais, lembro do dito de Cristo, quando declarou, 'Qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus, e diante dos Seus anjos'. Por estas razões, imploro, com todo respeito, que vossa Majestade Imperial, me dê tempo para deliberar, para que eu possa responder a pergunta sem injúria à Palavra de Deus e sem perigo para minha própria alma.[23] 

            No dia seguinte, às 06:00 da manhã, após um tempo de reflexão e oração, o reformador alemão comparece novamente diante daquela assembleia e dá a magnífica resposta[24]: 

A menos que possa ser refutado e convencido pelo testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no Papa, nem nos concílios; é evidente que todos eles frequentemente erram e se contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha consciência está cativa à Palavra de Deus: não posso e não me retratarei, pois é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência. Esta é a minha posição. Não posso agir de outra maneira. Que Deus me ajude. Amém![25] 

            Esse momento vivido por Lutero, como bem exposto nas palavras de um autor, fora de fundamental importância para o curso de toda a Europa e, em especial, para o curso da igreja de Deus em todo o mundo.

A Dieta de Worms, o aparecimento de Lutero ali, em 17 de Abril de 1521, pode ser considerado como a maior cena na história moderna da Europa; foi realmente o ponto à partir do qual toda a história subsequente da civilização se ergueu. De um lado, a pompa e o poder do mundo estavam ali; do outro, de pé, em favor da verdade de Deus, um homem, o filho do pobre mineiro Hans Lutero. Nossa petição –– a petição do mundo inteiro a ele, era: Liberta-nos; está nas tuas mãos; não nos abandone. Lutero não nos abandonou. Este foi, como dizemos, o maior momento na história moderna dos homens –– o Puritanismo Inglês, a Inglaterra e os seus Parlamentos, a vasta obra da América nestes dois séculos; a Revolução Francesa; a Europa e a sua obra por todas as partes no presente –– o germe de todos este descansa ali. Tivesse Lutero agido de outra maneira naquele momento e tudo o mais seria de outra forma[26]

            De fato, a posição de Lutero ao lado da autoridade e suficiência da Escritura para determinar as questões de fé e conduta encontrou eco nos demais reformadores e ditou os rumos de uma nova igreja; uma “congregação de todos os crentes, entre os quais o evangelho é pregado puramente e os santos sacramentos são administrados de acordo com o evangelho”.[27] 
            Esta identificação das igrejas reformadas com a suficiência da Escritura encontra-se documentada em suas declarações de fé. A Segunda Confissão Helvética (1562), confissão de fé das igrejas protestantes na Suíça, por exemplo, declara que “as Escrituras são a verdadeira Palavra de Deus, e têm suficiente autoridade de si mesmas e não dos homens. O próprio Deus [...] ainda nos fala a nós pelas Santas Escrituras[28] e nela tem-se “a mais completa exposição de tudo o que se refere à fé salvadora e à norma de uma vida aceitável a Deus; e a esse respeito é expressamente ordenado por Deus que a ela nada se acrescente ou dela nada se retire[29]
            Na Confissão de Fé Galicana ou Confissão de La Rochelle (1559), escrita por João Calvino para a igreja reformada francesa, é dito que a Escritura “é a regra de toda a verdade e contém tudo que é necessário para o serviço de Deus e para nossa salvação[30] e a partir deste entendimento conclui que “não é permitido aos homens, nem mesmo aos anjos, acrescentar, diminuir ou altera-la[31] nem  submetê-la a autoridade de quem ou o que quer que seja, “mas ao contrário, todas as coisas devem ser examinadas, regulamentadas e reformadas por ela[32]
            Este entendimento elevado a respeito da Escritura também esteve presente na Confissão Belga (1561), uma declaração de fé elaborada por Guido de Bres que veio posteriormente tornar-se o modelo confessional das igrejas reformadas da Holanda. Este símbolo da fé reformada destaca que a “Sagrada Escritura contém perfeitamente a vontade de Deus e suficientemente ensina tudo o que o homem deve crer para ser salvo. Nela, Deus descreveu, por extenso, toda a maneira de servi-Lo”.[33] Por essa razão, “não é lícito aos homens [...] ensinarem outra doutrina, senão aquela da Sagrada Escritura [...] nem acrescentar algo a Palavra de Deus ou tirar algo dela”.[34] 
            Num tempo de valorização das tradições humanas, a Confissão Belga também afirmou que “Não se pode igualar escritos de homens, por mais santos que fossem os autores, às Escrituras divinas. Nem se pode igualar à verdade de Deus costumes, opiniões da maioria, instituições antigas, sucessão de tempos ou de pessoas, ou concílios, decretos ou resoluções[35], pois a Palavra de Deus está acima de todas as opiniões humanas.
            O que temos exposto a respeito da autoridade e suficiência da Sagrada Escritura nestas confissões é apenas uma amostra daquilo que se pode encontrar em inúmeros documentos confessionais produzidos pela igreja no século XVI. Estes documentos tornaram-se a base para a produção confessional da igreja na Inglaterra no século XVII, sobretudo a produção da Confissão de Fé de Westminster que, sem sombra de dúvida, pode ser descrita como uma das expressões mais madura da fé reformada.
            A grande influência da Confissão de Westminster sobre os batistas encontra-se preservada na Confissão de Fé Batista de 1689; um documento que “na verdade só difere dela em seu ensinamento sobre tais assuntos, como o batismo, a Ceia do Senhor e governo da igreja, sobre os quais, dentre as igrejas Reformadas, os Batistas diferem dos Presbiterianos”.[36] 
            Neste importante documento da tradição batista é possível identificar claramente que para os batistas a Palavra de Deus era inteiramente suficiente para dirigir as suas vidas. Pois, para eles a Palavra de Deus era “a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação, de fé e de obediência[37], embora este mesmo Deus tenha resolvido se manifestar de forma bondosa e sábia nas obras da criação.[38] 
            Os batistas compreenderam também que a Palavra de Deus era suficiente para suas vidas, pois nela “Todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessárias para a sua própria glória, para a salvação do homem, a fé e a vida está expressamente declarado ou necessariamente contido na Sagrada Escritura[39].  Por esta razão, declararam que “A ela nada em tempo algum se acrescentará, quer por nova revelação do Espírito, quer por tradições de homens” e reconheceram que, “em toda controvérsia de natureza religiosa, a Igreja deve apelar para [Escrituras] como palavra final”.[40] 
            Com este mesmo entendimento os batistas encerraram o capítulo a respeito da Escritura na Confissão de Fé Batista de 1689:

O juiz supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas devem ser resolvidas e todos os decretos e concílios, todas as opiniões de escritores antigos e doutrinas de homens devem ser examinadas, e os espíritos provados, não pode ser outro senão a Sagrada Escritura entregue pelo Espírito Santo. Nossa fé recorrerá à Escritura para a decisão final.[41]

             Este elevado conceito da Escritura fora trazido ao Brasil pelos primeiros missionários batistas por meio da Confissão de Fé Batista de New Hampshire; como já observado, uma confissão extremamente reduzida, mas que preservara a essência calvinista da segunda confissão londrina.
            Logo no primeiro artigo deste documento, encontramos a seguinte declaração sobre a Palavra de Deus:

Cremos que a Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados; que é um tesouro perfeito de instrução celestial, tendo Deus por seu verdadeiro autor; que tem por objetivo a salvação dos homens; que o seu conteúdo é a verdade sem qualquer mescla de erro; que revela os princípios pelos quais Deus nos julgará e por isso é, e continuará sendo, até ao fim do mundo, o verdadeiro centro da união cristã e padrão supremo pelo qual toda a conduta, credos e opiniões dos homens devem ser julgados.[42] 

            Neste pequeno artigo, daquela que ainda hoje é a confissão de fé adotada pela grande maioria das igrejas batistas no Brasil, é possível perceber que a tradição batista sustenta que a Bíblia é inspirada, inerrante, infalível, autoritativa e, sobretudo, suficiente para conduzir a vida do povo de Deus, visto que nela temos o “padrão supremo pelo qual toda a conduta, credos e opiniões dos homens devem ser julgados”.[43]
            Uma visão não coadunada com esta perspectiva a respeito da Sagrada Escritura, mesmo que seja defendida por alguém que se auto intitule batista, não representa, de modo algum, a tradição sustentada historicamente pelo povo batista; uma vez que, movidos pelo Espírito Santo, e somente por este Espírito, como reconhece a tradição reformada, este povo fora levado a reconhecer a suficiência da verdade de Deus revelada na Escritura. 

4 A suficiência da Escritura nos princípios batistas.
            Toda pessoa ou grupo de pessoas possui uma cosmovisão, isto é, uma forma de enxergar o mundo. Desse modo, de forma bem apropriada, o teólogo e filósofo católico Leonardo Boff, observa que “Para entender como alguém lê [a realidade], é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo”, pois “Todo ponto de vista é a vista de um ponto[44]
            Esta forma de enxergamos o mundo, no entendimento de James Sire, é formada por “um conjunto pressuposições (suposições que podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou totalmente falsas) que sustentamos (consciente ou subconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a composição básica do nosso mundo[45]. Pressupostos, portanto, são as questões axiomáticas sob as quais construímos nossa maneira de ver e interpretar a realidade que nos rodeia. 
            A história dos batistas registra que desde os seus primórdios este fora um povo identificado por um conjunto de pressupostos, os chamados princípios batistas, a partir dos quais eles edificaram a sua estrutura teológica, eclesiológica e prática.   
            Conquanto na atualidade existam grupos batistas que adotem princípios particulares[46], é preciso enfatizar que desde sua origem os batistas observam um conjunto de princípios aceitos universalmente por todos os batistas. Num breve resumo, esses princípios podem ser assim enumerados[47]

1.    Aceitação da Escritura como única regra de fé e conduta.
2.    O conceito de igreja como sendo uma comunidade local democrática e autônoma
3.    A igreja formada de pessoas regeneradas e biblicamente batizadas.
4.    A separação entre igreja e Estado.
5.    Absoluta liberdade de consciência.
6.    O sacerdócio individual dos crentes.

            Como se pode perceber, esses princípios não foram criados pelo povo batista. Eles já existiam e foram empregados, isoladamente ou parcialmente agregados, por inúmeros grupos de crentes durante a longa história da igreja que precedeu o surgimento dos batistas no século XVII. Todavia, diferente desses grupos, os batistas foram aqueles que agregaram esses princípios num conjunto constitutivo de sua identidade.
            Nestes princípios, contudo, não temos apenas o alinhamento de ideias entre os primeiros batistas e os crentes do passado. Estes princípios, por sua vez, também refletem, sem sombra de dúvida, o espírito da reforma empreendida e experienciada pelos primeiros batistas; um espírito por sinal altamente revolucionário, pois não propunha meramente uma reforma nas velhas estruturas, mas, em alguns casos, uma completa mudança.
            Encabeçando esta lista de princípios defendidos pelos batistas, como destacado na lista citada, encontrava-se a aceitação da Escritura como única regra de fé e conduta, ou seja, o entendimento de que a Palavra de Deus era suficiente para nutrir todas as áreas da vida de seu povo e, justamente por esta razão, não poderia está distante daqueles que o Senhor havia elegido desde a eternidade para ser sua propriedade exclusiva.
            Aproximar a Bíblia do povo, isto é, traduzir a Bíblia para a língua do povo, ler e pregar a Bíblia na língua do povo e dar ao povo a oportunidade de interpretar de forma livre e consciente aquela que era a sua suficiente regra de fé e prática era, entretanto, como ressalta Alister McGrath, uma “ideia perigosa[48], pois não contava com a simpatia das estruturas estabelecidas. A despeito desta real ameaça os batistas, a semelhança de outros grupos reformados, mantiveram-se na luta, não poucas às vezes pagando com a própria vida, para defender que a Escritura é a única guia do povo de Deus para o que quer que seja.
            Este importante princípio batista fora trazida pelos primeiros missionários batistas que vieram ao Brasil juntamente com a Confissão de Fé Batista de New Hempshare: “Cremos que a Bíblia Sagrada [...] é o padrão supremo pelo qual toda a conduta, credos e opiniões dos homens devem ser julgados”.[49]
            Um segundo documento que demonstra o alinhamento dos batistas com este princípio fora publicado em 1964 pela Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira. Trata-se uma “exposição sobre Princípios Batistas [...] preparada por uma comissão especial de dezenove líderes da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos [...] por ocasião das comemorações do terceiro jubileu da organização da primeira convenção batista de âmbito nacional[50] naquele país e que fora aplicada a realidade brasileira, como reconhece a Convenção Batista Nacional, por refletir “o pensamento dos Batistas de um modo geral[51] e por, nas palavras dos líderes desta mesma convenção, representar “um patrimônio cultural comum a todos nós nesta questão axiomática de nossa Fé[52]
             Este documento expõe com maior riqueza de detalhes a razão da aceitação da Escritura, por parte dos batistas, como única regra de fé e conduta:

A Bíblia fala com autoridade porque é a Palavra de Deus. É a suprema regra de fé e prática, porque é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de Deus, através da revelação de Si mesmo e da redenção, sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra Salvadora de Jesus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de Seu domínio. Na sua singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e as guia em todas as questões de fé cristã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsabilidade de estudar a Bíblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o significado de sua mensagem, através de pesquisa e oração, orientando a vida debaixo de sua disciplina e instrução.[53] 

            Como posto, os batistas reconhecem a autoridade e suficiência da Escritura porque a Bíblia é a Palavra de Deus; porque seu registro é o perfeito e fidedigno testemunho que o próprio Deus dá de Si mesmo; porque nela Deus revela o seu projeto redentivo em Cristo Jesus e a sua boa vontade para com a humanidade. Assim, podemos concluir que o elevado conceito que a tradição batista desenvolveu a respeito da Sagrada Escritura é fruto de uma ação revelacional do próprio Deus, pois, sem a iluminação do Espírito Santo de Deus a verdade não pode ser compreendida adequadamente.[54] 
            É preciso, portanto, mais uma vez enfatizar que uma visão não harmonizada com esta percepção a respeito da Sagrada Escritura, mesmo que defendida por alguém que diga ser batista, não representa o que os batistas pensaram sobre a Escritura, isto é, que a Palavra de Deus é suficiente para dirigir a vida do povo de Deus.

 5 Conclusão.

            Como estamos destacamos desde o início do nosso trabalho, a igreja brasileira vive na atualidade uma atmosfera de crescente desprezo para com a Escritura. Uma explicação para isso, segundo Peter Jensen, é que “No mundo moderno, a revelação deve ser contemporânea para que possa tratar das questões que os cristãos enfrentam[55]. Por esta razão, argumenta o mesmo autor, “O Cristianismo contemporâneo tem tido um imenso interesse em, e tem se voltado para, uma piedade experimental que busca a palavra do Senhor na profecia, na intuição, no discernimento, nas ‘palavras de conhecimento’, na glossolalia e nas ‘palavras do Senhor’”.[56] 
            Esta realidade vivida pelo cristianismo contemporâneo, todavia, conforme observa John Freme, não é uma particularidade de nossos dias, pois, no século XVI, em plena Reforma Protestante, a semelhança do que temos visto na atualidade, alguns entusiastas “sustentavam visões de continuidade da revela verbal[57] e católicos romanos atribuem um status de revelação as suas tradições.[58] 
            Não estamos, portanto, diante de uma novidade, mas perante algo que a igreja já enfrentara no passado. Trata-se de um desafio já enfrentado pelo povo protestante em geral, e os batistas em particular. Precisamos, assim, nestes tempos de crises experimentados pela igreja no Brasil, revisitar a história e fé de nossos pais, o que, sem sombra de dúvida, não nos fará olhar para a Escritura como um livro antiquado para um povo moderno, mas como a suficiente Palavra de Deus para nutrir a nossa fé e nos guiar pela longa e cansativa estrada da vida.              

[1] Graduado em teologia pelo Seminário Batista Nacional de Pernambuco, licenciado em Física pela UFRPE, especialista em teologia sistemática do Seminário Presbiteriano do Norte e mestrando pelo Seminário Teológico Filadélfia.  
[2] SOUZA, Sócrates O. Pacto e comunhão: documentos batistas. Rio de Janeiro: Convicção, 2010, p.59.
[3] CENSO 2010: Em meio ao crescimento evangélico, há grande retração das denominações protestantes históricas. Disponível em <http://www.genizahvirtual.com/2012/07/censo-2010-em-meio-ao-crescimento.html>. Acesso em 07 JUL 2015.

[4] OLIVEIRA. Zaqueu Moreira de. Reforma ou revolução religiosa? Uma história do protestantismo. 1ª Edição. Recife: Kairós Editora, 2010, p. 128.
[5]JÚNIOR. Wilson Porte. Os batistas e suas origens: somos calvinistas. Disponível em <http://wilsonporte.blogspot.com.br/2011/09/os-primeiros-batistas-e-suas-principais.html>. Acesso em: 11 Set 2013.
[6] Idem.
[7] OLIVEIRA. Zaqueu Moreira de. Um povo chamado batista: história e princípios. 2ª Edição revista e corrigida. Recife: Kairós Editora, 2011, p. 23.
[8] OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. Fagulhas e tochas na história batistas: assuntos controversos. Recife: Kairós Editora, 2012, p. 125, 141-146.
[9]TRAFFANSTEDT, Chris. The True Baptist Trail. Disponível em: http://www.reformedreader.org/history/pbh.htm. Acesso em: 10 Jul 2015.
[10] NETO, João Oliveira Ramos. Introdução à história dos batistas: conteúdo, reflexão e possibilidades históricas e metodológicas. Revista Pos-Escrito, nº 6, set./dez, Rio de Janeiro, 2012, p. 70.
[11] McBeth, H Leon. The Baptist Heritage, Broadman Press: Nashville, 1.987, p 40. Cf. RAFFANSTEDT, Chris. The True Baptist Trail. Disponível em <http://www.reformedreader.org/history/pbh.htm> Acesso em: 10 Jul 2015.
[12] A Confissão de Fé Batista de Filadélfia difere da Confissão de Fé Batista de Londres de 1689 pelo acréscimo de dois parágrafos, um sobre o cântico dos salmos, outro sobre a imposição de mãos. C.f. MULLINS, E. Y. Crenças baptistas. 3 Ed. Rio de Janeiro: Casa  Publicadora Baptista, p. 67, 68.
[13] OLIVEIRA, Betty Antunes de. Centelha em Restolho Seco. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 282-83.
[14] PACKER, J. I. Havendo Deus falado. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, P. 107.
[15] Concílio de Trento, Seção IV (8-4-1546), Os Livros Sagrados e as Tradições dos Apóstolos. In: RIBEIRO, Ari Luís do Vale. A revelação nos concílios de Trento e Vaticano II. Trim. Porto Alegre v. 36 Nº 151 Mar. 2006 p. 58.
[16] Ibid., p. 58-59.
[17] Ibid., p. 55-56.
[18] Dei Verbum 9. Disponível: <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>. Acesso em 15 JUL 2015
[19] RIBEIRO, Ari Luís do Vale. A superação da doutrina das "duas fontes”. Revista de Cultura Teológica - v. 16 - n. 64 - JUL/SET 2008, p. 49.
[20] FRAME, John M. A doutrina da Palavra de Deus. São Paulo: Cultura Cristã, p. 203.
[21] MATOS, Alderi Souza de. Sola scriptura. Disponível em: <http://www.mackenzie.br/6966.html>.  Acesso em 14 JUL 2015.
[22]STORMS, Sam. A Vida de Martinho Lutero. Disponível em:<http://www.monergismo.com/textos/biografias/lutero_storms.htm>. Acesso em: 14 JUN 2015.
[23] Ibid.
[24] Ibid.
[25] Ibid.
[26] CARLYLE, Thomas apud P. C. Croll, ed., Tributes to the Memory of Martin Luther [Philadelphia: G. W. Frederick, 1884], pp. 49-50. In: <http://www.monergismo.com/textos/biografias/lutero_storms.htm>. Acesso em: 14 JUN 2015. 
[27] Confissão de Augsburgo. In: Livro de Concordia / [Editado por] Darci Drehmer. Traduzido por Arnaldo Schuler. 6.ed. - Sao Leopoldo: Sinodal; Canoas: Ulbra; Porto Alegre: Concordia, 2006, p 31.
[28] Art. 1, Segunda Confissão Helvética. Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/credos/seg-confissao-helvetica.pdf>. Acesso em: 14 JUL 2015.  
[29]  Ibid.
[30]Cap I, Confissão de fé das Igrejas reformadas da França. Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/credos/Confissao_Franca_Rochelle.pdf>. Acesso em 14 JUL 2015.
[31] Ibid.
[32] Ibid.
[33] Art 7, Confissão Belga. In: <http://www.monergismo.com/textos/credos/confissao_belga.htm>. Acesso em 14 JUL 2015.
[34] Ibid.
[35] Ibid.
[36]Confissão de fé batista de Londres de 1677/1689. In:  <http://www.reformedreader.org/ccc/1689lbc/portuguese/1689LBC.htm>. Acesso: 21 JUL 2015.
[37] Parágrafo 1. Confissão de Fé Batista de 1689. In <http://www.monergismo.com/textos/credos/1689.htm> Acesso em Acesso em 16/04/2015.
[38] Ibid.
[39] Ibid. Parágrafo 6.
[40] Ibid. Parágrafo 8.
[41] Ibid. Parágrafo 10.
[42] Artigo I. Declaração de Fé das Igrejas Batistas da Convenção Batista Nacional. Manual básico batista nacional e manual da ORMIBAN, p. 21. In: <http://www.cbn.org.br/downloads/manual_basico_batista_nacional.pdf>. Acesso em: 16/04/2015.
[43] Ibid.
[44] BOFF, Leonardo. A águia e a galinha: uma metáfora da condição humana.  16ª Ed. Rio de Janeiro: Vozes,1998, p. 9.   
[45] SIRE, James. Dando Nome ao Elefante: cosmovisão como um conceito. Trad. Paulo Zacharias e Marcelo Herberts. Brasília, DF: Editora Monergismo, 2012, p. 29.
[46] C.f. OLIVEIRA. Zaqueu Moreira de. Princípios e práticas batistas: uma abordagem histórica. 3 ed. Recife: Kairós Editora, 2011.
[47] SILVA, Cleni da. Educação Batista – Análise histórica de sua implantação no Brasil. Rio de Janeiro: Juerp, 2004, p. 31.
[48] MCGRATH, Alister apud EVERY-CLAYTON, Joyce E. Winifred in prefácio OLIVERIA, Zaqueu Moreira de. Reforma ou revolução? Uma acessível história do protestantismo. 1ª ed. Recife: Kairós Editora, pp. 19,20.
[49]  Manual básico batista nacional e manual da ORMIBAN, op. cit., p. 21
[50] Idem, p. 9.
[51] Ibid.
[52] Ibid.
[53] Ibid., p. 10.
[54] Ibid., 10.
[55] JENSEN, Piter. A revelação de Deus. Tra. Valdeci da Silva Santos. São Paulo: Cultura Cristã, 2007, p. 256.
[56] Ibid., p. 254
[57] FREME, op. cit., p. 195.
[58] Ibid., 196.

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