Hebert Leonardo Borges de Souza[1]
RESUMO:
A igreja brasileira tem experimentado, nas últimas décadas, um
extraordinário crescimento. Infelizmente, o crescimento da igreja no Brasil
está muito mais fundamentando em técnicas e ideias humanas do que na Palavra de
Deus. O propósito desse artigo é justamente demonstrar que o povo batista, a
semelhança de outras tradições cristãs históricas, diferente da tendência
cristã pós-moderna, assumira que a Escritura é a regra de fé e conduta
suficiente para dirigir as suas vidas.
PALAVRAS-CHAVE: Batista. Confessionalidade. Suficiências das
Escrituras.
1. Introdução
Estamos vivendo num
tempo de crescente desprezo para com a Palavra de Deus e fortalecimento das
tradições ou ideias humanas dentro do cenário eclesiástico brasileiro. Por
outro lado, por incrível que possa parecer, temos uma igreja numericamente grande
e aparentemente saudável. O trajeto eclesial que temos em nossos dias,
portanto, não difere, em grande medida, daquele vivido pela igreja romana no
período medieval, um caminho de abandono e desprezo para com a Escritura
Sagrada.
Esta realidade experimentada
pela igreja em nossos dias é sentida pelo povo de Deus que clama e luta para
que a igreja na atualidade venha se voltar novamente para a Escritura Sagrada
como única regra de fé e prática; um retorno, portanto, a fonte de sua própria
gênese como povo que fora gerado e iluminado por Deus para reconhecer a sua
Palavra como verdade suficiente para dirigir a sua vida.
O propósito de nosso
trabalho é, especificamente, observar esta doutrina fundamental do protestantismo
na tradição batista, ou melhor, demonstrar que o povo batista ao longo de sua
caminhada de fé defendeu a Escritura como única regra de fé e prática, conforme
verificaremos em alguns dos seus principais documentos preservados na estrutura
confessional das duas maiores convenções batistas no Brasil, a Convenção
Batista Brasileira e a Convenção Batista Nacional. Antes, contudo, faremos uma
breve introdução sobre a origem dos batistas a fim de demonstrar o alinhamento
deste importante grupo cristão com os movimentos de reforma que se fizeram presente
na igreja inglesa no século XVII.
Acreditamos
que está é uma reflexão de extrema importância para povo batista, pois
ao revisitar a história de nossos pais temos os elementos para preservar a
nossa identidade em tempos de crise e desprezo para com a autoridade e
suficiência das Escrituras como o que estamos vivendo no cenário evangélico
brasileiro.
2. Uma breve
história dos batistas.
Uma
publicação de 2010 da Convenção Batista Brasileira indicava que os batistas,
naquele ano, estavam “presentes em mais de 200 países e representam uma
população de mais de 46 milhões de membros, com cerca de 180 mil igrejas, e
atingem 150 milhões de pessoas no mundo inteiro”[2]. No Brasil, de acordo com dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística compilados pelo Bureau de
Pesquisa e Estatística Cristã, os batistas somavam, também em 2010, quase
quatro milhões de membros[3], sendo, desse modo, o mais numeroso
grupo oriundo do protestantismo de missão em nossas terras.
Este imenso grupo de cristãos, de acordo com o pastor
norte americano J. M. Carroll, surgiu ainda no primeiro século com João Batista
e Jesus, bem como esteve presente em toda a história da igreja nos diversos
grupos dissidentes do cristianismo majoritário. Carroll conta esta história num
pequeno livro intitulado “O rastro de
sangue”; uma obra que teve muita influência entre os primeiros missionários
batistas que vieram ao Brasil e que, em grande medida, ainda influencia a forma
de contar a história dos batistas na atualidade.
O trabalho do Dr. J. M. Carroll é extremamente
interessante, pois, com grande poder de síntese, ele narra toda a história
cristã desde os seus primeiros dias até a implantação do cristianismo na
América do Norte no século XVII. Além disso, há em sua obra um extenso número
de informações sobre os desvios doutrinários cometidos pela igreja romana ao
longo de sua trajetória.
O grande problema com o trabalho de Carroll é identificar
os batistas da atualidade, numa linha de sucessão ininterrupta com os anabatistas,
valdenses, cátaros, albigenses, bogomilos, paulicianos, donatistas, novacianos,
montanistas e outros grupos dissidentes até a igreja apostólica.
Também desprovida de fundamento histórico é a ideia de
que os batistas tiveram a sua origem nos movimentos de reforma radical do
século XVI. Essa teoria é conhecida como teoria do parentesco espiritual e
tenta alinhar os batistas da atualidade com os diferentes grupos anabatistas
que surgiram no solo europeu antes e durante o período da Reforma Protestante;
uma tentativa extremamente ousada, pois, dentro de uma visão otimista, “Há
pelo menos quatro tipos de radicais neste período: anabatistas ou bíblicos,
quiliastas ou melenaristas, místicos ou espiritualistas e racionalistas ou
antitrinitários”[4].
Uma terceira teoria
advoga que os batistas surgiram dos movimentos Puritanos e Separatistas que
sacudiram a Inglaterra no século XVII. Segundo o pastor batista Wilson Porte, “Esta
é a posição defendida pelos principais historiadores batistas da atualidade”,
dentre os quais, encontram-se “Michael A. G. Haykin e Thomas J. Nettles”[5]. A esta lista, ainda de acordo com
Porte, pode-se acrescentar os nomes de Champlin Burrage, W. T. Whitley, J. H.
Shakespeare e B. R. White; historiadores batistas de importantes seminários na
Europa e nos Estados Unidos[6].
No Brasil esta teoria tem sido defendida pelo pastor e
historiador batista Zaqueu Moreira de Oliveira; talvez o maior pesquisar
brasileiro na atualidade da história do povo batista. O Dr. Zaqueu, como é
conhecido, entende que a teoria sucessionista e do parentesco espiritual com os
anabatistas carecem de maior fundamento histórico. Por outro lado, afirma que é
possível traçar uma linha de continuidade histórica desde o início do movimento
batista no século XVII até os nossos dias[7].
Este mesmo autor ainda observa - o
que segundo ele é desconhecido de alguns estudiosos da história - que os
batistas surgiram em dois grupos distintos; o primeiro, em 1609, sob a
liderança de João Smyty e Tomás Helwys e o segundo, em 1638, sob a liderança de
João Spilsbury. Esses dois grupos defendiam os mesmos princípios, mas se distinguiram
por conta da doutrina da expiação. O primeiro defendia a expiação limitada e
por conta disto ficou conhecido como batista geral; o segundo, por sua vez,
entendia que a expiação fora limitada aos eleitos e, por essa razão, recebeu o
título de batista particular ou calvinista[8].
A história batista moderna tem sido
associada à tradição batista geral[9]. A
razão para isso é que no século XVIII, sob forte influência dos grandes
avivamentos, “os batistas passaram de majoritariamente calvinistas para uma
maioria de orientação arminiana”[10].
A verdade, contudo, é que os batistas modernos devem as suas doutrinas e
práticas aos batistas particulares, pois, como bem expõe o historiador batista
H. Leon McBeth, os batistas gerais, diferente dos particulares, representaram
uma pequena parcela da vida batista na Inglaterra, e uma parcela ainda mais
reduzida entre os primeiros batistas na América do Norte[11].
As confissões de fé são as
principais contribuições dos batistas particulares. Dentre elas, dada à
intenção de nosso trabalho, merece destaque a Confissão de Fé Batista de
Londres de 1689, pois fora esta a confissão adaptada e adotada pelos batistas
americanos sob o título de Confissão de Fé Batista de Filadélfia[12],
assim como fora ela que servira de base para a importante Confissão de Fé de
New Hempshare; uma confissão extremamente reduzida, mas que preservara a
essência calvinista da segunda confissão londrina.
Essa herança confessional fora
trazida pelos primeiros missionários batistas para o Brasil, especificamente
por meio da Confissão de Fé de New Hempshare, como podemos perceber na ata de organização
da primeira igreja batista em nosso país:
Acta
Primeira da Secção de Installação da Primeira Igreja Batista na Cidade da
Bahia. No dia 15 de Outubro de 1882 da era christã, estando presentes nesta
cidade da Bahia, no logar denominado Canella, às 10 horas da manhã os abaixo
assinados, membros da Igreja Baptista de Stª. Bárbara, na província de São
Paulo, tendo se retirado d´aquela província para esta, uni-rão-se à Igreja
Baptista fazendo a sua installação legalmente. São os seguintes: Senhor.
Antônio Teixeira de Albuquerque, Z. C. Taylor, Dª. Catharina Taylor, Senºr. W.
B. Bagby, Dª. Anna L. Bagby. Depois de installada a Igreja com os cinco Membros
supra mencionados, adaptamos unanimemente a "Confissão de Fé" chama-se
The New Hampshire! Confissão de Fé,
como praticada geralmente pelas Igrejas Baptistas Missionários...[13]
Deste importante documento
confessional e dos princípios que sempre diferenciaram as igrejas batistas ao
longo de sua trajetória histórica podemos traçar o entendimento batista a
respeito da suficiência das Escrituras Sagradas. Sem sombra de dúvida, está é
uma reflexão de extrema importância para povo batista, pois ao revisitar a
posição sustentada por seus pais a respeito da suficiência da Escritura,
certamente encontrão a força para manter viva essa posição num tempo de
desprezo para com a suficiência da Palavra de Deus.
3. A suficiência das Escrituras na confessionalidade batista.
A Idade Média fora
um período de crescente desprezo para com a autoridade da Palavra de Deus e
consolidação das tradições humanas. Na verdade, esse fora um período em que a
própria Palavra de Deus fora concebida como uma importante parte da tradição da
igreja na determinação da fé do povo de Deus. Por essa razão, as Escrituras
Sagradas deveriam se harmonizar ao restante da tradição, pois, interpretadas em
torno de si mesmas, eram consideradas insuficientes para conduzir aqueles que
desejavam viver sob a vontade de Deus[14].
Este entendimento desenvolvido pela igreja romana no
período medieval a respeito da doutrina da revelação ficara inequivocamente
retardado nas declarações do Concílio de Trento no século XVI como se pode
perceber naquilo que declarara este concílio sobre os livros sagrados e as ditas
tradições apostólicas.
O
Sacrossanto Concílio Ecumênico geral Tridentino, legitimamente reunido no
Espírito Santo, coloca diante de seus olhos continuamente que a pureza mesma do
Evangelho, eliminados os erros, se conserve na Igreja, o qual, prometido pelos
profetas na Sagrada Escritura, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus,
promulgou então com sua própria boca, em seguida ordenou que fosse pregado a
toda criatura pelos apóstolos, como fonte de verdade salutar e dos costumes de
disciplina. E considerando que esta verdade e esta regra moral estão contidas
nos livros escritos e nas tradições não-escritas que chegaram até nós, ou
recebidas pelos apóstolos da boca de Cristo ou transmitidas, como de mão em
mão, pelos apóstolos a quem o Espírito Santo as havia ditado; o Concílio,
portanto, segundo o exemplo dos Padres ortodoxos, recebe todos os livros, tanto
do Antigo como do Novo Testamento, já que o mesmo Deus é autor de ambos, assim
como as tradições que dizem respeito, seja à fé, seja aos costumes, enquanto
provenientes da mesma boca de Cristo ou ditados pelo Espírito Santo e
conservados na Igreja Católica com uma sucessão contínua: o Concílio os recebe
e os venera com o mesmo respeito e a mesma piedade[15].
Como bem
reconhecera o Pe. Ari Luís do Vale Ribeiro, neste artigo, ao considerar “que esta verdade e esta regra moral estão
contidas nos livros escritos e nas tradições não-escritas que chegaram até nós”,
a igreja romana partiu para a formalização da “doutrina das Duas Fontes de Revelação, segundo a qual Escritura e
Tradição seriam fontes paralelas da Revelação divina”.[16]
O Concílio Vaticano II, convocado pelo Papa João XXIII, e
celebrado de 1962 a 1965, buscou superar
dentro da igreja romana a doutrina das Duas Fontes de Revelação. Esta
superação, segundo o catolicismo, viera por meio da Constituição Dogmática Dei Verbum do Concílio Vaticano II,
promulgada em 18 de novembro de 1965[17],
a qual chegou à seguinte conclusão a respeito da relação entre a Escritura e a Tradição:
A sagrada
Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão intimamente unidas e
compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina,
fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim. A Sagrada Escritura é a
palavra de Deus enquanto foi escrita por inspiração do Espírito Santo; a
sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos
Apóstolos a palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo
aos Apóstolos, para que eles, com a luz do Espírito de verdade, a conservem, a
exponham e a difundam fielmente na sua pregação; donde resulta assim que a
Igreja não tira só da Sagrada Escritura a sua certeza a respeito de todas as
coisas reveladas. Por isso, ambas devem ser recebidas e veneradas com igual
espírito de piedade e reverência.[18]
Segundo esta percepção, a Escritura
Sagrada e a tradição não são mais concebidas como duas fontes distintas de
revelação, mas diferentes modos ou expressões de uma única fonte divina de
revelação que tem o seu ponto alto na pessoa e obra de Jesus Cristo, e que se
complementam para dar uma melhor expressão do evangelho de nosso Senhor.[19]
Embora os católicos modernos tenham
tentado superar a doutrina das Duas Fontes de Revelação com um retorno à ideia
de uma única fonte de revelação, como bem observado por John Frame, a única
fonte a que o catolicismo realmente retornara não é a revelação divina
preservada na Palavra de Deus, mas a tradição que faz da Escritura Sagrada um
dos elementos de sua própria tradição[20]. Desse modo, a igreja romana, em pleno século
XXI, ainda continua presa aos mesmos falsos fundamentos que a sustentavam na Idade
Média.
Este pequeno panorama traçado até
aqui, por sua vez, nos permite perceber o cerne da Reforma Protestante do
século XVI; um retorno à autoridade e suficiência das Escrituras Sagradas para
dirigir a vida do povo de Deus, pois “somente
a Escritura é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o
árbitro de todas as controvérsias (=a supremacia das Escrituras). Ela é a norma
normanda (“norma determinante”) e não a norma normata (“norma determinada”)
para todas as decisões de fé e vida”.[21]
Esta posição reformada ficara conhecida pela palavra
latina Sola Scriptura e marcara
profundamente a vida do primeiro reformador alemão Matinho Lutero na Dieta de Worms. Lutero
compareceu a esta assembleia para se defender diante Charles
V, Santo Imperador Romano, às 16:00 de 17 de abril de 1521. Conta-nos a
história que ele fora obrigado a responder duas perguntas. Primeiro, foi lhe
perguntado se ele reconhecia os livros sobre a mesa como seus. Segundo, foi lhe
dada à oportunidade de responder se ele defendia ou não o que havia escrito.[22]
Diante dessa difícil encruzilhada da
vida, Lutero, titubeante, como demonstra a resposta abaixo, pede tempo para
construir adequadamente a sua resposta à segunda pergunta.
Eu não posso negar
que os livros mencionados são meus, e nunca negaria qualquer um deles: eles são
minha prole; e escrevi alguns outros que não foram mencionados. Mas, quanto à
pergunta, se reafirmarei tudo nos mesmos termos, ou se retratarei o que expressei
além da autoridade da Escritura, –– pois o assunto envolve a questão da fé e da
salvação das almas, e porque ela diz respeito à Palavra de Deus, que é a maior
coisa no céu e na terra, e a qual todos devemos reverenciar, –– seria perigoso
e imprudente para eu fazer qualquer declaração não premeditada, pois na fala
não premeditada eu posso dizer algo menor do que o fato e algo maior do que a
verdade; além do mais, lembro do dito de Cristo, quando declarou, 'Qualquer que
me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos
céus, e diante dos Seus anjos'. Por estas razões, imploro, com todo respeito,
que vossa Majestade Imperial, me dê tempo para deliberar, para que eu possa
responder a pergunta sem injúria à Palavra de Deus e sem perigo para minha
própria alma.[23]
No
dia seguinte, às 06:00 da manhã, após um tempo de reflexão e oração, o
reformador alemão comparece novamente diante daquela assembleia e dá a
magnífica resposta[24]:
A menos que possa ser refutado e convencido pelo
testemunho da Escritura e por claros argumentos (visto que não creio no Papa,
nem nos concílios; é evidente que todos eles frequentemente erram e se
contradizem); estou conquistado pela Santa Escritura citada por mim, minha
consciência está cativa à Palavra de Deus: não posso e não me retratarei, pois
é inseguro e perigoso fazer algo contra a consciência. Esta é a minha posição.
Não posso agir de outra maneira. Que Deus me ajude. Amém![25]
Esse momento vivido
por Lutero, como bem exposto nas palavras de um autor, fora de fundamental
importância para o curso de toda a Europa e, em especial, para o curso da igreja
de Deus em todo o mundo.
A Dieta de Worms, o
aparecimento de Lutero ali, em 17 de Abril de 1521, pode ser considerado como a
maior cena na história moderna da Europa; foi realmente o ponto à partir do
qual toda a história subsequente da civilização se ergueu. De um lado, a pompa
e o poder do mundo estavam ali; do outro, de pé, em favor da verdade de Deus,
um homem, o filho do pobre mineiro Hans Lutero. Nossa petição –– a petição do
mundo inteiro a ele, era: Liberta-nos; está nas tuas mãos; não nos abandone.
Lutero não nos abandonou. Este foi, como dizemos, o maior momento na história
moderna dos homens –– o Puritanismo Inglês, a Inglaterra e os seus Parlamentos,
a vasta obra da América nestes dois séculos; a Revolução Francesa; a Europa e a
sua obra por todas as partes no presente –– o germe de todos este descansa ali.
Tivesse Lutero agido de outra maneira naquele momento e tudo o mais seria de
outra forma[26].
De fato, a posição
de Lutero ao lado da autoridade e suficiência da Escritura para determinar as questões
de fé e conduta encontrou eco nos demais reformadores e ditou os rumos de uma
nova igreja; uma “congregação de todos os
crentes, entre os quais o evangelho é pregado puramente e os santos sacramentos
são administrados de acordo com o evangelho”.[27]
Esta identificação das igrejas reformadas com a
suficiência da Escritura encontra-se documentada em suas declarações de fé. A Segunda
Confissão Helvética (1562), confissão de fé das igrejas protestantes na Suíça,
por exemplo, declara que “as Escrituras são
a verdadeira Palavra de Deus, e têm suficiente autoridade de si mesmas e não
dos homens. O próprio Deus [...] ainda nos fala a nós pelas Santas Escrituras”[28] e
nela tem-se “a mais completa exposição de
tudo o que se refere à fé salvadora e à norma de uma vida aceitável a Deus; e a
esse respeito é expressamente ordenado por Deus que a ela nada se acrescente ou
dela nada se retire”[29].
Na Confissão de Fé Galicana ou Confissão de La Rochelle (1559),
escrita por João Calvino para a igreja reformada francesa, é dito que a Escritura
“é a regra de toda a verdade e contém
tudo que é necessário para o serviço de Deus e para nossa salvação”[30] e
a partir deste entendimento conclui que “não
é permitido aos homens, nem mesmo aos anjos, acrescentar, diminuir ou altera-la”[31]
nem submetê-la a autoridade de quem ou o
que quer que seja, “mas ao contrário,
todas as coisas devem ser examinadas, regulamentadas e reformadas por ela”[32].
Este entendimento elevado a respeito da Escritura também
esteve presente na Confissão Belga (1561), uma declaração de fé elaborada por
Guido de Bres que veio posteriormente tornar-se o modelo confessional das
igrejas reformadas da Holanda. Este símbolo da fé reformada destaca que a “Sagrada Escritura contém perfeitamente a
vontade de Deus e suficientemente ensina tudo o que o homem deve crer para ser
salvo. Nela, Deus descreveu, por extenso, toda a maneira de servi-Lo”.[33] Por
essa razão, “não é lícito aos homens
[...] ensinarem outra doutrina, senão
aquela da Sagrada Escritura [...] nem
acrescentar algo a Palavra de Deus ou tirar algo dela”.[34]
Num tempo de valorização das tradições humanas, a
Confissão Belga também afirmou que “Não
se pode igualar escritos de homens, por mais santos que fossem os autores, às
Escrituras divinas. Nem se pode igualar à verdade de Deus costumes, opiniões da
maioria, instituições antigas, sucessão de tempos ou de pessoas, ou concílios,
decretos ou resoluções”[35],
pois a Palavra de Deus está acima de todas as opiniões humanas.
O que temos exposto a respeito da autoridade e
suficiência da Sagrada Escritura nestas confissões é apenas uma amostra daquilo
que se pode encontrar em inúmeros documentos confessionais produzidos pela
igreja no século XVI. Estes documentos tornaram-se a base para a produção
confessional da igreja na Inglaterra no século XVII, sobretudo a produção da
Confissão de Fé de Westminster que, sem sombra de dúvida, pode ser descrita
como uma das expressões mais madura da fé reformada.
A grande influência da Confissão de Westminster sobre os
batistas encontra-se preservada na Confissão de Fé Batista de 1689; um
documento que “na verdade só difere dela
em seu ensinamento sobre tais assuntos, como o batismo, a Ceia do Senhor e
governo da igreja, sobre os quais, dentre as igrejas Reformadas, os Batistas
diferem dos Presbiterianos”.[36]
Neste importante documento da tradição batista é possível
identificar claramente que para os batistas a Palavra de Deus era inteiramente
suficiente para dirigir as suas vidas. Pois, para eles a Palavra de Deus era “a única regra suficiente, certa e infalível
de conhecimento para a salvação, de fé e de obediência”[37],
embora este mesmo Deus tenha resolvido se manifestar de forma bondosa e sábia
nas obras da criação.[38]
Os batistas compreenderam também que a Palavra de Deus
era suficiente para suas vidas, pois nela “Todo
o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessárias para a sua
própria glória, para a salvação do homem, a fé e a vida está expressamente
declarado ou necessariamente contido na Sagrada Escritura”[39]. Por esta razão, declararam que “A ela nada em tempo algum se acrescentará,
quer por nova revelação do Espírito, quer por tradições de homens” e
reconheceram que, “em toda controvérsia
de natureza religiosa, a Igreja deve apelar para [Escrituras] como palavra final”.[40]
Com este mesmo
entendimento os batistas encerraram o capítulo a respeito da Escritura na
Confissão de Fé Batista de 1689:
O juiz
supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas devem ser resolvidas e
todos os decretos e concílios, todas as opiniões de escritores antigos e
doutrinas de homens devem ser examinadas, e os espíritos provados, não pode ser
outro senão a Sagrada Escritura entregue pelo Espírito Santo. Nossa fé
recorrerá à Escritura para a decisão final.[41]
Este elevado conceito da Escritura fora trazido
ao Brasil pelos primeiros missionários batistas por meio da Confissão de Fé
Batista de New Hampshire; como já observado, uma confissão extremamente reduzida,
mas que preservara a essência calvinista da segunda confissão londrina.
Logo no primeiro artigo deste documento, encontramos a
seguinte declaração sobre a Palavra de Deus:
Cremos que
a Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados; que é um
tesouro perfeito de instrução celestial, tendo Deus por seu verdadeiro autor;
que tem por objetivo a salvação dos homens; que o seu conteúdo é a verdade sem
qualquer mescla de erro; que revela os princípios pelos quais Deus nos julgará
e por isso é, e continuará sendo, até ao fim do mundo, o verdadeiro centro da
união cristã e padrão supremo pelo qual toda a conduta, credos e opiniões dos
homens devem ser julgados.[42]
Neste pequeno artigo, daquela que ainda hoje é a
confissão de fé adotada pela grande maioria das igrejas batistas no Brasil, é
possível perceber que a tradição batista sustenta que a Bíblia é inspirada,
inerrante, infalível, autoritativa e, sobretudo, suficiente para conduzir a
vida do povo de Deus, visto que nela temos o “padrão supremo pelo qual toda a conduta, credos e opiniões dos homens
devem ser julgados”.[43]
Uma visão não coadunada com esta
perspectiva a respeito da Sagrada Escritura, mesmo que seja defendida por
alguém que se auto intitule batista, não representa, de modo algum, a tradição sustentada
historicamente pelo povo batista; uma vez que, movidos pelo Espírito Santo, e
somente por este Espírito, como reconhece a tradição reformada, este povo fora
levado a reconhecer a suficiência da verdade de Deus revelada na Escritura.
4 A suficiência da Escritura nos princípios batistas.
Toda pessoa ou grupo de pessoas possui uma cosmovisão,
isto é, uma forma de enxergar o mundo. Desse modo, de forma bem apropriada, o
teólogo e filósofo católico Leonardo Boff, observa que “Para entender como alguém lê [a realidade], é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo”,
pois “Todo ponto de vista é a vista de um
ponto”[44].
Esta forma de
enxergamos o mundo, no entendimento de James Sire, é formada por “um conjunto pressuposições (suposições que
podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras ou totalmente falsas) que sustentamos
(consciente ou subconscientemente, consistente ou inconsistentemente) sobre a
composição básica do nosso mundo”[45]. Pressupostos,
portanto, são as questões axiomáticas sob as quais construímos nossa maneira de
ver e interpretar a realidade que nos rodeia.
A história dos batistas registra que desde os seus primórdios
este fora um povo identificado por um conjunto de pressupostos, os chamados
princípios batistas, a partir dos quais eles edificaram a sua estrutura
teológica, eclesiológica e prática.
Conquanto na atualidade existam
grupos batistas que adotem princípios particulares[46], é
preciso enfatizar que desde sua origem os batistas observam um conjunto de
princípios aceitos universalmente por todos os batistas. Num breve resumo,
esses princípios podem ser assim enumerados[47]:
1.
Aceitação da Escritura como única regra de fé e
conduta.
2.
O conceito de igreja como sendo uma comunidade local
democrática e autônoma
3.
A igreja formada de pessoas regeneradas e biblicamente
batizadas.
4.
A separação entre igreja e Estado.
5.
Absoluta liberdade de consciência.
6.
O sacerdócio individual dos crentes.
Como se pode
perceber, esses princípios não foram criados pelo povo batista. Eles já
existiam e foram empregados, isoladamente ou parcialmente agregados, por
inúmeros grupos de crentes durante a longa história da igreja que precedeu o
surgimento dos batistas no século XVII. Todavia, diferente desses grupos, os
batistas foram aqueles que agregaram esses princípios num conjunto constitutivo
de sua identidade.
Nestes
princípios, contudo, não temos apenas o alinhamento de ideias entre os
primeiros batistas e os crentes do passado. Estes princípios, por sua vez,
também refletem, sem sombra de dúvida, o espírito da reforma empreendida e
experienciada pelos primeiros batistas; um espírito por sinal altamente
revolucionário, pois não propunha meramente uma reforma nas velhas estruturas,
mas, em alguns casos, uma completa mudança.
Encabeçando
esta lista de princípios defendidos pelos batistas, como destacado na lista
citada, encontrava-se a aceitação da Escritura como única regra de fé e conduta,
ou seja, o entendimento de que a Palavra de Deus era suficiente para nutrir
todas as áreas da vida de seu povo e, justamente por esta razão, não poderia
está distante daqueles que o Senhor havia elegido desde a eternidade para ser
sua propriedade exclusiva.
Aproximar a Bíblia
do povo, isto é, traduzir a Bíblia para a língua do povo, ler e pregar a Bíblia
na língua do povo e dar ao povo a oportunidade de interpretar de forma livre e
consciente aquela que era a sua suficiente regra de fé e prática era,
entretanto, como ressalta Alister McGrath, uma “ideia perigosa”[48],
pois não contava com a simpatia das estruturas estabelecidas. A despeito desta
real ameaça os batistas, a semelhança de outros grupos reformados, mantiveram-se
na luta, não poucas às vezes pagando com a própria vida, para defender que a
Escritura é a única guia do povo de Deus para o que quer que seja.
Este importante princípio batista
fora trazida pelos primeiros missionários batistas que vieram ao Brasil juntamente
com a Confissão de Fé Batista de New Hempshare: “Cremos que a Bíblia Sagrada [...] é o padrão supremo pelo qual
toda a conduta, credos e opiniões dos homens devem ser julgados”.[49]
Um segundo documento que demonstra o
alinhamento dos batistas com este princípio fora publicado em 1964 pela Junta
de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira. Trata-se
uma “exposição sobre Princípios Batistas [...] preparada por uma comissão especial de
dezenove líderes da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos [...] por ocasião das comemorações do terceiro
jubileu da organização da primeira convenção batista de âmbito nacional”[50]
naquele país e que fora aplicada a realidade brasileira, como reconhece a
Convenção Batista Nacional, por refletir “o
pensamento dos Batistas de um modo geral”[51] e
por, nas palavras dos líderes desta mesma convenção, representar “um patrimônio cultural comum a todos nós
nesta questão axiomática de nossa Fé”[52].
Este documento expõe com maior riqueza de detalhes
a razão da aceitação da Escritura, por parte dos batistas, como única regra de
fé e conduta:
A Bíblia
fala com autoridade porque é a Palavra de Deus. É a suprema regra de fé e
prática, porque é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de
Deus, através da revelação de Si mesmo e da redenção, sendo tudo patenteado na
vida, nos ensinamentos e na obra Salvadora de Jesus Cristo. As Escrituras
revelam a mente de Cristo e ensinam o significado de Seu domínio. Na sua
singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a
autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e as guia em todas as questões
de fé cristã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsabilidade de
estudar a Bíblia, com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o
significado de sua mensagem, através de pesquisa e oração, orientando a vida
debaixo de sua disciplina e instrução.[53]
Como posto,
os batistas reconhecem a autoridade e suficiência da Escritura porque a Bíblia
é a Palavra de Deus; porque seu registro é o perfeito e fidedigno testemunho
que o próprio Deus dá de Si mesmo; porque nela Deus revela o seu projeto
redentivo em Cristo Jesus e a sua boa vontade para com a humanidade. Assim,
podemos concluir que o elevado conceito que a tradição batista desenvolveu a
respeito da Sagrada Escritura é fruto de uma ação revelacional do próprio Deus,
pois, sem a iluminação do Espírito Santo de Deus a verdade não pode ser
compreendida adequadamente.[54]
É preciso,
portanto, mais uma vez enfatizar que uma visão não harmonizada com esta
percepção a respeito da Sagrada Escritura, mesmo que defendida por alguém que
diga ser batista, não representa o que os batistas pensaram sobre a Escritura,
isto é, que a Palavra de Deus é suficiente para dirigir a vida do povo de Deus.
5 Conclusão.
Como estamos destacamos
desde o início do nosso trabalho, a igreja brasileira vive na atualidade uma
atmosfera de crescente desprezo para com a Escritura. Uma explicação para isso,
segundo Peter Jensen, é que “No mundo
moderno, a revelação deve ser contemporânea para que possa tratar das questões
que os cristãos enfrentam”[55].
Por esta razão, argumenta o mesmo autor, “O
Cristianismo contemporâneo tem tido um imenso interesse em, e tem se voltado
para, uma piedade experimental que busca a palavra do Senhor na profecia, na
intuição, no discernimento, nas ‘palavras de conhecimento’, na glossolalia e
nas ‘palavras do Senhor’”.[56]
Esta realidade vivida pelo cristianismo contemporâneo,
todavia, conforme observa John Freme, não é uma particularidade de nossos dias,
pois, no século XVI, em plena Reforma Protestante, a semelhança do que temos
visto na atualidade, alguns entusiastas “sustentavam
visões de continuidade da revela verbal”[57] e
católicos romanos atribuem um status de revelação as suas tradições.[58]
Não estamos, portanto, diante de uma
novidade, mas perante algo que a igreja já enfrentara no passado. Trata-se de
um desafio já enfrentado pelo povo protestante em geral, e os batistas em
particular. Precisamos, assim, nestes tempos de crises experimentados pela igreja
no Brasil, revisitar a história e fé de nossos pais, o que, sem sombra de
dúvida, não nos fará olhar para a Escritura como um livro antiquado para um
povo moderno, mas como a suficiente Palavra de Deus para nutrir a nossa fé e
nos guiar pela longa e cansativa estrada da vida.
[1] Graduado em teologia
pelo Seminário Batista Nacional de Pernambuco, licenciado em Física pela UFRPE, especialista em teologia sistemática do Seminário Presbiteriano do
Norte e mestrando pelo Seminário Teológico Filadélfia.
[2] SOUZA, Sócrates O. Pacto e comunhão: documentos
batistas. Rio de Janeiro: Convicção, 2010, p.59.
[3] CENSO 2010: Em meio ao crescimento evangélico, há
grande retração das denominações protestantes históricas. Disponível em <http://www.genizahvirtual.com/2012/07/censo-2010-em-meio-ao-crescimento.html>. Acesso em 07 JUL 2015.
[4]
OLIVEIRA. Zaqueu Moreira de. Reforma ou revolução religiosa? Uma história do
protestantismo. 1ª Edição. Recife: Kairós Editora, 2010, p. 128.
[5]JÚNIOR. Wilson Porte. Os
batistas e suas origens: somos calvinistas. Disponível em <http://wilsonporte.blogspot.com.br/2011/09/os-primeiros-batistas-e-suas-principais.html>. Acesso em: 11 Set 2013.
[6] Idem.
[7] OLIVEIRA. Zaqueu Moreira de. Um
povo chamado batista: história e princípios. 2ª Edição revista e corrigida.
Recife: Kairós Editora, 2011, p. 23.
[8] OLIVEIRA, Zaqueu Moreira de. Fagulhas e tochas na história batistas:
assuntos controversos. Recife: Kairós Editora, 2012, p. 125, 141-146.
[9]TRAFFANSTEDT, Chris. The True
Baptist Trail. Disponível em: http://www.reformedreader.org/history/pbh.htm. Acesso em: 10 Jul 2015.
[10] NETO,
João Oliveira Ramos. Introdução à história dos batistas: conteúdo, reflexão
e possibilidades históricas e metodológicas. Revista Pos-Escrito, nº 6,
set./dez, Rio de Janeiro, 2012, p. 70.
[11] McBeth, H Leon. The Baptist Heritage, Broadman Press:
Nashville, 1.987, p 40. Cf. RAFFANSTEDT, Chris. The True Baptist Trail. Disponível
em <http://www.reformedreader.org/history/pbh.htm> Acesso em: 10 Jul 2015.
[12] A Confissão de Fé Batista de
Filadélfia difere da Confissão de Fé Batista de Londres de 1689 pelo acréscimo
de dois parágrafos, um sobre o cântico dos salmos, outro sobre a imposição de
mãos. C.f. MULLINS, E. Y. Crenças
baptistas. 3 Ed. Rio de Janeiro: Casa
Publicadora Baptista, p. 67, 68.
[13] OLIVEIRA, Betty Antunes de. Centelha em Restolho
Seco. 2ª ed. São Paulo: Vida Nova, 2005, p. 282-83.
[14] PACKER, J. I. Havendo Deus falado. São Paulo: Cultura Cristã, 2009, P. 107.
[15] Concílio de Trento, Seção IV (8-4-1546), Os Livros
Sagrados e as Tradições dos Apóstolos. In: RIBEIRO, Ari Luís do Vale. A revelação nos concílios de Trento e
Vaticano II. Trim. Porto Alegre v. 36 Nº 151 Mar. 2006 p. 58.
[16] Ibid., p. 58-59.
[17] Ibid., p. 55-56.
[18] Dei Verbum 9. Disponível:
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>.
Acesso em 15 JUL 2015
[19] RIBEIRO, Ari Luís do Vale. A
superação da doutrina das "duas fontes”. Revista de Cultura
Teológica - v. 16 - n. 64 - JUL/SET 2008, p. 49.
[20] FRAME, John M. A doutrina da Palavra de Deus. São
Paulo: Cultura Cristã, p. 203.
[21] MATOS, Alderi Souza de. Sola scriptura. Disponível em: <http://www.mackenzie.br/6966.html>. Acesso em 14 JUL 2015.
[22]STORMS, Sam. A Vida de Martinho Lutero. Disponível
em:<http://www.monergismo.com/textos/biografias/lutero_storms.htm>. Acesso em: 14
JUN 2015.
[23] Ibid.
[24] Ibid.
[25] Ibid.
[26] CARLYLE, Thomas apud P. C. Croll, ed., Tributes
to the Memory of Martin Luther [Philadelphia: G. W. Frederick, 1884], pp.
49-50. In: <http://www.monergismo.com/textos/biografias/lutero_storms.htm>. Acesso em: 14 JUN 2015.
[27] Confissão de Augsburgo. In: Livro
de Concordia / [Editado por] Darci Drehmer. Traduzido por Arnaldo Schuler.
6.ed. - Sao Leopoldo: Sinodal; Canoas: Ulbra; Porto Alegre: Concordia, 2006, p
31.
[28] Art. 1, Segunda Confissão
Helvética. Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/credos/seg-confissao-helvetica.pdf>. Acesso em: 14 JUL 2015.
[29]
Ibid.
[30]Cap I, Confissão de fé das Igrejas
reformadas da França. Disponível em: <http://www.monergismo.com/textos/credos/Confissao_Franca_Rochelle.pdf>. Acesso em 14 JUL 2015.
[31] Ibid.
[32] Ibid.
[33] Art 7, Confissão Belga. In: <http://www.monergismo.com/textos/credos/confissao_belga.htm>. Acesso em 14 JUL 2015.
[34] Ibid.
[35] Ibid.
[36]Confissão de fé batista de Londres
de 1677/1689. In: <http://www.reformedreader.org/ccc/1689lbc/portuguese/1689LBC.htm>. Acesso: 21 JUL 2015.
[37] Parágrafo 1. Confissão de Fé
Batista de 1689. In <http://www.monergismo.com/textos/credos/1689.htm> Acesso em Acesso em
16/04/2015.
[38] Ibid.
[39] Ibid. Parágrafo 6.
[40] Ibid. Parágrafo 8.
[41] Ibid. Parágrafo 10.
[42] Artigo I. Declaração de Fé das Igrejas Batistas da Convenção Batista Nacional.
Manual básico batista nacional e manual da ORMIBAN, p. 21. In: <http://www.cbn.org.br/downloads/manual_basico_batista_nacional.pdf>.
Acesso em: 16/04/2015.
[43] Ibid.
[44] BOFF, Leonardo. A
águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 16ª
Ed. Rio de Janeiro: Vozes,1998, p. 9.
[45] SIRE, James. Dando Nome ao
Elefante: cosmovisão como um conceito. Trad. Paulo Zacharias e Marcelo Herberts.
Brasília, DF: Editora Monergismo, 2012, p. 29.
[46] C.f. OLIVEIRA. Zaqueu Moreira de. Princípios e práticas batistas: uma
abordagem histórica. 3 ed. Recife: Kairós Editora, 2011.
[47] SILVA, Cleni da. Educação Batista – Análise histórica de sua
implantação no Brasil. Rio de Janeiro: Juerp, 2004, p. 31.
[48] MCGRATH, Alister apud
EVERY-CLAYTON, Joyce E. Winifred in prefácio OLIVERIA, Zaqueu Moreira de. Reforma ou revolução? Uma acessível história
do protestantismo. 1ª ed. Recife: Kairós Editora, pp. 19,20.
[49]
Manual básico batista nacional
e manual da ORMIBAN, op. cit., p. 21
[50] Idem, p. 9.
[51] Ibid.
[52] Ibid.
[53] Ibid., p. 10.
[54] Ibid., 10.
[55] JENSEN, Piter. A revelação de Deus. Tra. Valdeci da Silva Santos. São Paulo:
Cultura Cristã, 2007, p. 256.
[56] Ibid., p. 254
[57] FREME, op. cit., p. 195.
[58] Ibid., 196.
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