19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntarem: Quem és tu? 20 Ele confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
21 Então, lhe perguntaram: Quem és, pois? És tu Elias? Ele disse: Não sou. És tu o profeta? Respondeu: Não. 22 Disseram-lhe, pois: Declara-nos quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes a respeito de ti mesmo? 23 Então, ele respondeu: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. 24 Ora, os que haviam sido enviados eram de entre os fariseus. 25 E perguntaram-lhe: Então, por que batizas, se não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? 26 Respondeu-lhes João: Eu batizo com água; mas, no meio de vós, está quem vós não conheceis, 27 o qual vem após mim, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias. 28 Estas coisas se passaram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
Introdução.
- Os evangelhos - euaggelion - antes de chamar nossa atenção para o ministério de Jesus, nos faz perceber a importância do ministério de João.
- Mas quem é João? Essa é uma questão, a julgar pelo questionamento que é dirigido ao próprio João, que não parecia bem definida no cenário de Israel naqueles dias: És tu Elias? És tu um profeta?
- Embora houvesse uma confusão a respeito de sua identidade, o próprio João, contudo, não estava confuso. Sabia quem era! João - cujo significado é Jeová é um doador gracioso - se definia como uma voz.
- Mas que voz é João?
Desenvolvimento:
a) João é a voz que incomoda.
- Dizem que uma andorinha só não faz verão. Essa não é, contudo, uma verdade absoluta, visto que a história, vez por outra, nos mostra casos de andorinhas a cantar solitárias e que impactaram o ambiente em que estiveram inseridas.
- Esse foi o caso de João, o batista, cuja voz, embora emitida a alguns quilômetros de distâncias dos grandes centros, encontrou alcance na sociedade de sua época e justamente por emitir um canto solitário dissonante foi uma voz que passou a incomodar.
- Aqueles que vieram até João, o batista, conforme o registro de João, o evangelista, são alguns do que se incomodaram com a voz do batista.
- Herodias, Herodes e outras lideranças também viam João como um voz a incomodar. Ele falava o que muitos não gostavam de ouvir.
- Mas isso inibiu João de entoar o seu canto solitário, pois como ele disse, ele não estava apenas a emitir um som, antes ele era a própria voz, aquela era a sua identidade.
b) João é a voz sem relação com os centros religiosos.
- A história de João, dentro da lógica bíblica, nos comunica que Deus, após um período de silencio, voltou a falar.
- Mas Deus não está falando nos grandes centros religiosos. A sua voz não vem do templo ou da sinagoga. É um grito - um clamor - que vem das regiões mais desérticas da nossa terra e que convida o povo para um encontro com Deus.
- João é, portanto, a voz que nos lembra que Deus não está preso as estruturas religiosas.
c) João é a voz que chama ao conserto.
- A voz de João, como destacamos, é a voz que incomoda. E incomoda porque denuncia o pecado do seu povo. Fala que eles se encontram distantes dos propósitos divinos para as suas vidas.
- Mas não apenas isso; João é também a voz que chama ao arrependimento, ao conserto, a trilhar um novo caminho que aponta para um novo recomeço. É a voz que aponta para Jesus, aquele que é poderoso para nos agraciar com a sua presença em nossas vidas por meio do batismo com o Espírito Santo.
- João, assim, nos fala que Jeová é realmente um doador gracioso. Ele, a despeito do juízo que se aproxima, não deixa de ofertar antes a graça do recomeço.
Conclusão:
- O modo como João se enxerga é um desafio para os cristão de nossos dias: quem são eles; os cristão!
- A semelhança de João precisam se definir como uma voz, posto que a promessa do Espírito que fora derramado sobre a igreja os definiu como testemunhas de Cristo, voz de Deus.
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Pr. Hebert Borges
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