Texto:
Gênesis 24.1-67
Segundo
dados estatísticos do IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
o número de divórcios cresceu no Brasil, desde a primeira medição em 1984, em
torno de 200%. Só para termos uma idéia deste crescimento, entre 2009 e 2010 a
taxa de divorciados no país cresceu 36,81%. É... Os brasileiros estão se
separando mais do que antes.
É
interessante que essa mudança de comportamento na sociedade brasileira pode - e
creio que tem contribuído para isso - nos “levar” a encarar o divórcio como
algo comum, natural. É apenas em virtude disso que posso justificar e entender
frases do tipo: “não deu certo, se separa”, tão comum em nossos dias.
Uma
segunda informação digna de nossa atenção nos levantamentos feitos pelo IBGE
refere-se ao percentual daqueles que se dizem cristãos em nosso país; um número
que gira na casa de 89%, isto se considerarmos os católicos e os protestantes
juntos. Considerando-se apenas os protestantes, esse número cai para 15%.
Diante
de uma informação desta natureza, somos naturalmente levados a questionar: O que
leva um país que se diz cristão apresentar números tão elevados de casos de
divórcios nos últimos anos? E, de modo mais especifico, o que tem
contribuído para o surgimento de casos de divórcios até mesmo entre cristãos
evangélicos?
Os
pesquisadores nos dizem que essa mudança no comportamento da sociedade
brasileira, se deve a mudanças na legislação – os cartórios passaram a
formalizar os divórcios, coisa que antes só era possível na justiça. Assim,
tornou-se possível divorciar-se em nosso país em poucas horas, sem muita
burocracia.
Esta,
entretanto, é uma explicação superficial, visto que deixa encoberto os reais
motivos do problema; o pecado, a dureza de coração, como destaca a resposta de
Jesus aos fariseus sobre o assunto (Mt 19.8). Entende-se, portanto, que na ótica de Jesus o casamento
é instituição divina, enquanto o divórcio é resulta de corações endurecidos
pelo pecado.
Noutros
termos, poderíamos dizer o verdadeiro motivo do crescente número de divorciados
em nosso país é o resultado de um povo que virou as costas para Deus e para a
sua palavra, como bem destaca o apóstolo Paulo em sua carta os crentes de Roma
(Rm 1.18-32). E é por isso que temos vivido em nossos dias não um avivamento,
mas um nominalismo religioso, uma religião de aparência, visto que se professa
ser cristão, mas na verdade se despreza os princípios fundamentais do
cristianismo, como é o caso do casamento.
Nesta
noite, eu gostaria de refletir um pouco sobre essa questão, e lhe mostrar, a
luz das sagradas Escrituras, que os nossos casamentos, a semelhança do que
ocorre hoje no mundo, não precisam ser como um jogo de loteria, tirado na
sorte. Contudo, para isso precisamos nos voltar para o que a Bíblia nos ensina
sobre o casamento, os seus princípios eternos.
No
texto que lemos, creio que podemos encontrar alguns desses princípios. Nele, o
capítulo mas longo do livro do Gênesis, encontramos as medidas tomadas por
Abraão juntamente com o seu servo para encontrar uma esposa adequada para o seu
filho, Isaque.
Entretanto,
antes de chamar a sua atenção para os princípios utilizados por Abraão e seu
servo na escolha de uma esposa para seu filho, Isaque, gostaria de demonstrar a
importância
e valor desses princípios citando uma palavra do apóstolo Paulo ao
jovem pastor da igreja em Éfeso:
“Toda
a Escritura é inspirada por Deus e útil (tem valor/lucrativa)
para o ensino, para a repreensão, para a correção, para educação na justiça,
afim de que todo o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para
toda a boa obra” (2 Tm 3.16-17).
As palavras do apóstolo nos fazem perceber que
diante das Escrituras não estamos diante de um texto qualquer (uma revista, um
jornal, um catálogo da Avon), mas de um registro que fora conduzido pelo
próprio Deus e quem extrema utilidade para as nossas vidas. É nossa
responsabilidade, portanto, buscar na sua palavra aquilo que ele deseja
comunicar aos nossos corações.
Feita
essa observação, passemos a extrair as lições do texto que lemos.
Primeiro,
não procure uma esposa fora da igreja.
No
tempo de Abraão, diferente dos nossos dias, era da responsabilidade dos pais
escolherem esposas para os seus filhos. Para Abraão, visto que era um homem
muitíssimo abençoado por Deus (v. 1, 10, 35), isso não seria uma tarefa muito
difícil, pois facilmente ele poderia escolher para esposa de seu filho uma das
filhas de Canaã.
Contudo,
Abraão não deseja que seu filho se case com uma das filhas dos cananeus,
grandes pecadores diante do Senhor, mas que o seu servo procurasse entre os
seus parentes uma esposa para Isaque.
Por
que Abraão não desejava que seu filho se casasse com as filhas de Canaã? Qual é
a grande lição dessa passagem? Certamente, Abraão não deseja que seu filho
fizesse aliança com um povo que vivia debaixo da ira de Deus.
Não
seria justamente esse o nosso erro? Onde estamos procurando as nossas esposas e
esposos? Com que estamos paquerando, namorando ou noivando? Abraão procurou
para esposa de seu filho alguém de sua parentela. Nós também devemos fazer o
mesmo. Mas quem é a nossa parentela? A igreja. É de lá, da casa de nosso Pai
que devemos procurar esposas e esposos.
Segundo, procure a direção de Deus.
Segundo, procure a direção de Deus.
Quem
estuda a vida de Abraão tem oportunidade de observar inúmeras demonstrações de
sua fé. Quem não se lembra do caso, por exemplo, que ele leva o seu filho
Isaque para sacrificá-lo (Gn 22). Neste momento de sua vida, temos mais uma
oportunidade de ver a fé de Abraão em ação. Aqui ele confia na providência de
Deus, ou seja, que Deus o ajudaria a encontrar uma esposa adequada para o seu
filho. Isso fica muito mais claro quando menciona que Deus enviaria o seu anjo
diante de seu servo para o guiar em toda a missão (v.7).
Essa
mesma confiança e busca pela direção de Deus se observa na vida do servo de
Abraão. No v. 11 o vemos fora da cidade fazendo ajoelhar todos os camelos. Nos
versos seguintes, do v.12 ao v. 14, o vemos dirigindo uma oração a Deus para
que esse o ajudasse em sua tarefa. Observe que ele está ainda fora da cidade.
Ele bem que poderia pedir para que alguém o ajudasse a chegar até a casa dos
parentes de Abraão. Isso poderia dar certo, entretanto, também poderia dar
errado, visto que em virtude dos presentes que levava, facilmente poderia encontrar
pessoas querendo se passar por parentes de Abraão.
Devemos,
portanto, aprender com o servo de Abraão que buscar a direção de Deus nos
isenta de erros. Temos procurado a direção de Deus?
Terceiro,
fique atento as ações de Deus.
Muitas
vezes pedimos para que Deus nos abençoe, todavia, não poucas às vezes, somos
insensíveis as suas ações em nosso benefício. Existe uma ilustração que
demonstra muito bem essa nossa insensibilidade diante das ações de Deus: o
homem que precisa de um resgate (contar essa ilustração).
Contra
esse tipo tão comum de postura, temos no servo de Abraão um belo exemplo. O
texto nos relata que o servo não esteve apenas em busca da direção divina, mas
permaneceu o tempo todo atento as suas ações (15-21).
Como
temos reagido às ações de Deus em nosso favor? Com indiferença?
Quarto,
não se apresse.
Vivemos
numa cultura profundamente imediatista. Depois que se criou o espírito do Mc
Donald, tudo deve ser para já. Infelizmente, esse tipo de pensamento mundano
tem impregnado as nossas igrejas. Um bom exemplo disso são as famosas
correntes, onde o cristão moderno a todo o custo busca urgentemente a benção de
Deus. Em termos mais concretos, já que estamos falando de casamento, podemos
dar como exemplo, aquilo que se vê na programação de uma igreja, o qual se
chama “Terapia do Amor”. Ou seja, casamento é algo que se arranja de
uma hora para outra e em qualquer lugar.
Que
bom que já sabiamente nos adverte os antigos: “a presa é inimiga da perfeição ou
o apressado come cru”. Assim,
não poucos em nossos dias, vivem situações difíceis porque se apressaram.
Passaram o carro na frente dos bois. Desrespeitaram os princípios da palavra de
Deus.
Nesse
ponto, podemos ter mais um belo exemplo observado a atitude do servo de Abraão
enquanto procurava uma esposa para Isaque, ele espera atentamente para ver se
Deus havia levado a bom termo a sua jornada (v. 21).
Conclusão.
Eu
gostaria de concluir essa passagem citando um provérbio da palavra de Deus:
“O que
acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor. (Pv
18.22).
Como
se acha uma esposa? Certamente segundo os princípios da palavra de Deus, pois
Ele deseja escolher com que vamos nos relacionar.
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Pr Hebert Borges
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Pr Hebert Borges
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