Todo mundo tem uma história de vida. Qual é a sua?

“Jarede viveu cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque. Depois que gerou a Enoque, viveu Jarede oitocentos anos; e teve filhos e filhas. Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu. Enoque viveu sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. Andou Enoque com Deus; e, depois que gerou a Metusalém, viveu trezentos anos; e teve filhos e filhas. Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos. Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si”.  (Gn 5.18-24).

O texto acima é um dos relatos mais belos que temos nas Sagradas Escrituras. Revela, de forma magnífica, a biografia de um homem, Enoque. Entretanto, diferente das muitas biografias da atualidade, que reservam páginas e mais páginas, a biografia de Enoque não possui mais do que cem palavras. Além disso, não nos informa onde ele nasceu, viveu, o que fez ou deixou de fazer, a quem ajudou, quem escutou alguns dos seus conselhos, ou mesmo se passou algum momento difícil em sua vida.

A despeito dessa falta de informações, há, entretanto, algo extremamente significativo na biografia desse homem. Algo que deveria fazer parte da história de qualquer indivíduo: “Enoque andou com Deus”. Essas palavras nos trazem a ideia de comunhão e podemos resumi-la da seguinte forma: Enoque foi um homem que desfrutava de íntima comunhão com Deus.

O caminhar desse homem com Deus, contudo, não se deu dentro de uma bolha, como muitos costumam imaginar a espiritualidade cristã, mas, como nos ensina o relato bíblico, num tempo marcado pela violência, injustiça e maldade de um mundo impiedoso (Jd 14-15) Enoque segue contra o fluxo dos seus dias; certamente como alguém que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detendo no caminho dos pecadores, nem tampouco se assentando na roda dos escarnecedores, mas encontrando prazer em Deus e na sua Lei (Sl 1) a até que esse mesmo Deus o toma para si (Hb 11.5).

Toda essa história me leva a refletir sobre a nossa relação com Cristo Jesus. Sabemos que Ele nos chama para um relacionamento pessoal, isto é, andar com Ele (Mc 1.17) e que nessa caminhada, em meio a esse mundo tenebroso em que nos encontramos, a nossa vida vai sendo transformada até o dia em que Ele nos leva para Si e, a semelhança de Enoque, desfrutaremos de uma profunda comunhão com o nosso Senhor por toda a eternidade. 

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Pr Hebert Borges